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Observatório - 20/03/2013
quarta-feira, 20 de março de 2013
Ainda te ouço, minha irmã querida!
Adeus, minha irmã mais velha!
Eu tenho muitos irmãos de sangue. Sou filho do terceiro casamento de meu pai e do segundo casamento de minha mãe. Quando me perguntam quantos irmãos eu tenho, faço contas nos dedos, de brincadeira, obviamente, para salvar as peripécias de meu pai—o maior garanhão que já conheci! É claro que sei que tenho oito irmãos! Eu tinha oito irmãos...
Nesse ano estranho em que tenho visto tantas pessoas próximas morrerem, perdi nessa semana a minha irmã mais velha. Eu, tão acostumado a não perder ninguém... Tenho perdido pessoas que moldaram meu caráter e construíram o que sou. O molde está feito, o caráter está construído, então de certa forma sei que agora é comigo, não por mim, mas por todos que de alguma forma colaboraram para que eu evoluísse.
Da minha irmã mais velha, me lembro das canções que me ensinou ainda quando criança. Devia ter cinco, seis anos, mas nunca me esqueci de duas em especial. Uma delas diz sobre um avião diferente: “Inventei um avião, um avião muito ligeiro, para dar a volta ao mundo, sem gastar nenhum dinheiro, não precisa gasolina e nem precisa de motor, é puxado por andorinhas e a sua hélice é uma flor.”
Enquanto via do rosto enrugado de meu pai descer lágrimas por perder um filho, só pensava nas duas canções que tantos anos depois ainda lembrava com perfeição. Entremeado a elas, a certeza de como deve ser duro para um pai perder um filho.
Eu confesso que não tinha tanto contato assim com a minha irmã! Coisas de geração. Eu, 20 anos mais novo do que ela! Mas de longe a admirava. Ela era empreendedora, às vezes, até incisiva demais na sua criatividade de inventar coisas e mais coisas. Bolos, doces, roupas. Inventou em canção um avião diferente, por que não poderia inventar todas essas coisas?
A lógica do tempo... Com a morte aprendo. Aprendo que não há vida sem morte, nem morte sem vida. Uma precisa da outra para existir. No entanto, a morte é garantia mesmo para quem não vive. Há quem apenas passe pela vida. Há quem viva!
Minha irmã viveu! Viveu ao ensinar músicas ao menino que eu era. Viveu ao ser companheira de suas irmãs mais velhas nas baladas dos anos 70, 80. Viveu ao encontrar seu primeiro, segundo, terceiro amor. Viveu ao se casar e se separar. Viveu ao ter dois lindos filhos e cuidar deles com devoção. Viveu ao fazer os mais maravilhosos doces após cada almoço que ofereceu. Viveu ao reencontrar o companheirismo em quem buscava também reencontro. Viveu ao cantar no coral da igreja. Viveu ao montar negócio com as irmãs e a desmontar o mesmo negócio. Viveu ao ser grande amiga de minha mãe. Viveu ao entender e fazer moda. Viveu ao ter fé. Viveu em cada acerto e em cada erro. Viveu ao lutar até o último instante, quando com lágrimas de quem cumpriu o seu dever—se despediu. Viveu ao morrer e sei que vive quando relembro, com encanto, a outra canção que ela me ensinou e que guardo desde criança. Diz mais ou menos assim: “Deus está aqui, aleluia. Tão certo como o ar que eu respiro. Tão certo como o amanhã que se levanta. Tão certo como eu te falo e podes me ouvir”.
Ainda te ouço, minha irmã querida! Você deve estar agora no avião puxado por andorinhas cuja hélice é uma flor ao encontro de Deus!
Por agora, o que posso dizer e sempre direi: Eu tenho oito irmãos! Lucrécia e mais sete irmãos!
Propaganda antecipada
A decisão de candidatos do Rio de Janeiro de anteciparem a propaganda eleitoral de 2014, mais de um ano antes do prazo previsto por lei, levou o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) a também começar mais cedo a fiscalização para coibir abusos por parte de partidos e políticos.
Pré-eleições
Com a promessa de rigor neste ano pré-eleitoral, o disque-denúncia (2524-0404) já está à disposição, assim como um e-mail para receber denúncias de casos de desrespeitos à legislação eleitoral (denunciapropaganda@tre-rj-jus.br). O levantamento de denúncias inclui centros sociais mantidos por candidatos e políticos com mandatos, trocas de serviços gratuitos e autopromoção.
Disque-denúncia eleitoral
O serviço de atendimento por telefone funciona de segunda a sexta-feira em horário comercial, e as denúncias serão encaminhadas à Comissão Permanente de Fiscalização, que reúne três juízes.
Eleições biométricas
Outra prioridade no estado quanto à eleições é o andamento ao processo de implantação do sistema de biometria nas eleições, que deverá ser concluído até o final de 2015. Niterói será a próxima a ter o cadastramento biométrico, já a partir do próximo mês. Não há previsão para Nova Friburgo.
Cefet
O Cefet em Nova Friburgo está com inscrições abertas para o Centro de Línguas. Até o dia 5 de abril, os interessados em estudar inglês, espanhol e libras, devem procurar a secretaria do Cefet das 9h30 às 21h. São 15 vagas para a comunidade interna e 10 vagas para a comunidade externa por turma. As aulas começarão na semana do dia 15.
Jornada Mundial da Juventude
O Dia Mundial da Juventude, evento preparatória para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, não passará em branco em Nova Friburgo. A Diocese local realiza neste sábado, 23, 10h, no Seminário Diocesano da Imaculada Conceição o DMJ.
Evento católico
O evento contará com a presença dos jovens de toda a Diocese de Nova Friburgo e região, com a participação especial da cantora Olivia Ferreira, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, e da banda Pax. Também haverá Santa Missa e Adoração ao Santíssimo, pregação e toda uma estrutura interna. O evento dirigido especialmente aos jovens é aberto a todos.

Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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