Observatório - 16/05/2014

Por que crer? Como não acreditar em um lugar que cresce para o alto e toca as estrelas?

Minha cidade nasce no pé das montanhas e faz cascata de luz entre os vales. Brilha! Iluminada pelos raios de sol que adentram suas trilhas, estradas, caminhos... Preenche o coração dos que têm alma aberta e faz de cada um um sol que se espalha por entre o mundo. Iluminam a Terra! Dou o meu passo para a sua caminhada. E assim, dos suíços de outrora aos brasileiros de hoje, sua corrida pelo tempo é feita de mãos e pernas de quem ousa ter no seu lugar a morada da felicidade.

Tem floresta entre seus prédios. Tem flores entre seus casebres. Tem esperança nas águas, que pacatas deslizam por suas cachoeiras, fontes, córregos e riachos. Encontram-se e realizam a procissão de fé que une tudo a um todo. O Nova a Friburgo, que se renova com a ânsia dos jovens e a calma dos adultos. Tem vida escapulindo ávida pelo querer viver. Tem vida extrapolando por seus canteiros que dão flor e fruto. Produz mais do que só sustento. É proibido viver aqui apenas por sobreviver. Sua atmosfera pede mais de nós. Percebe? Para e escuta...

Tatua na pele esse amor de alma. Cavalga pelo sereno de suas madrugadas frias. Colhe do orvalho, na manhã imperiosa, o choro da noite. Lamentos ciumentos de quem inveja suas curvas, milimetricamente desenhadas nas montanhas. A lua surge para fazer silhuetas nelas. Se esconde vergonhosa de tamanha beleza. Reaparece para iluminar Nova Friburgo. Nova Friburgo! Exaltam as vozes vindas do alto da serra. Do mar, olham para o céu e, se atentos, ouvem o som que vem de cima. Dizem: Nova Friburgo! Suspiram saudade porque aqui visitaram o amor. Fonte inesgotável de corações apaixonados...

Eu acredito em você! Acredito nos olhos de suas crianças e ao esmorecer perante seu derreter, restabeleço a crença na sapiência dos mais velhos que muito viram, mas não se esquivam da coragem de muito ainda ouvir. Acredito na ousadia de seu dinamismo, que não lhe permite ser uma coisa só. É múltipla, completa no unir de cada uma de suas faces. Acredito na perspicácia de sua arte. É inventiva, empreendedora, tem capacidade de criar, sem receio de assumir seu destino em ser de vanguarda ao mesmo tempo em que é tradição, raiz. Acredito na sua habilidade intensa de se reinventar e ser a cidade que muitos amam e que não abandono jamais.

Te amo, por isso acredito em você. Te quero linda como deve ser. Te desejo boa para as pessoas, porque é sua gente que te faz florescer. Flores de maio a maio em cada dia do seu renascer. 

Por estar no alto, convida a sonhar: é feita de paz festeira que contagia; expulsa as mazelas com a força de sua gente e, se enganada, expurga os vilões de seus dias e demonstra que derrotar tiranos faz parte do seu evoluir. Cresce para o cosmos. Encontra Marte em seu voar para além do espaço e no universo visita a estrela mais longínqua da última galáxia do universo. Sente Deus na criação e agradece por só assim ser Nova Friburgo. Cidade mágica da música de bandas centenárias ou do Benito bendito que diz: "Sou homem da montanha...”

Por que crer? Como não crer em um lugar que cresce para o alto e toca as estrelas! O mar aqui não entrou por se sentir pequeno perante sua grandiosa beleza. O mar aqui não se fez por se sentir desnecessário diante de sua suprema fantasia. 

Tem um cão gigante te observando. Te guarda. A catedral da fé paquera a do ensino. Deslumbrantes se olham e confessam: Nova Friburgo, eu amo você! Nas ruas corridas pelos passos de cada um de nós, doamos mais passos pelo seu caminhar de cidade que cresce para o cosmos e não se permite ser menos do que Nova Friburgo!