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OBSERVATÓRIO - 14/02/2015
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Hoje é dia de crônica
É CARNAVAL!
- Que som é esse?
- Que colorido tão lindo! Que alegria tão intensa!
- Posso ser Pierrô e você Colombina? Mascarado, fantasiado de quem eu quiser ser?
- Liberdade!
- Meus pés não conseguem ficar parados. Minha voz quer ficar rouca! Quero suar até amanhecer!
- E se tiver energia, só para na quarta-feira de Cinzas!
- Então é isso?
- É carnaval! Sim, senhor, é carnaval!
Abram alas! É festa! A maior festa do mundo, onde você puder ser quem você quiser ser, até você mesmo! É o palco popular da livre imaginação. Batuque, viola, pandeiro, reco-reco, cavaquinho e surdo. Tudo se mistura e nessa feijoada adentra a bateria com seu arrebatador som. Ninguém consegue ficar parado. A baiana rodopia, a menina se agita, e num universo de fantasia monstro é alegoria.
Vale decorar o samba da escola de coração. Vale menino se vestir de menina. Vale encher a cara e desfilar por aí como um Arlequim apaixonado. Pode se juntar nesse ou naquele bloco. Ser Zé Pereira hoje e Joaquim Madruga amanhã, quem sabe, quem você quiser. Nada é imposto. Vista o que quiser ou não vista quase nada. Tudo é do jeito que você quiser.
Ginga, que o gingado é patrimônio cultural. Ruas cheias de alegria, chuva de confetes e serpentinas. É a festa do povo, feita pelo povo. O povo dono das imensas avenidas, mais iluminadas do que nunca, mais alvoroçadas, sempre mais alvoroçadas.
E na memória, lembranças de carnavais antigos: blocos, marchinhas, ranchos e cordões. Mascarados nos salões. Lança-perfume. Amores passageiros como um beijo de cinema. "Ah, que saudade! Velhos e bons carnavais que confirmam que vivi e fui jovem um dia”. Arrebata-se o coração do vovô, cuja pipa não sobe mais, pelo menos é o que afirma a marchinha sempre atual.
E parem para respeitar a rainha da bateria e também o Rei Momo, que só dá uma ordem: "divirtam-se o máximo que puderem”. É carnaval! Tempo de ser feliz. Despreocupar-se. Porque depois da quarta-feira de Cinzas o ano começa de verdade!
Na bela aquarela brasileira, a gente verde e amarela se encontra com seu país. Faz parte dele de verdade! Esquece as lamúrias e aflições, mas não deixa de lamentar em protesto as questões sociais. No enredo de todo ano, não faltam mensagens de paz, amor e esperança. Não falta a mais simples, no entanto sincera crítica social de quem realmente sabe o que é isso na pele.
E samba até o dia amanhecer, porque ao entardecer tem samba de novo adentrando a noite, madrugando para amanhecer de novo! É carnaval! Se perder a voz, não tem problema não! Os pés falam por si só! É orgulho de ser brasileiro! Lá vem a mulata, rebolando cheia de astral. Hoje, ela é a estrela! Hoje é carnaval! Suou na quadra da escola pra brilhar na avenida, nota dez é a pedida. E até eu faço verso, nesse universo onde tudo vira poesia!
Então é carnaval! No sonho que sonhei me apaixonei por Colombina, sou Pierrô e essa é a minha fantasia. No bloco que desfilei, vislumbrei aguentar até a ópera terminar e essa é a minha energia. Pela escola que lutei, vibrei, dei sangue e suor para me consagrar campeão do carnaval. Meu canto é forte, minha raiz é brasileira e amo a folia!
Tudo porque é carnaval e hoje o amor está no ar! Vem, vem, vem...

Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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