Colunas
O que fizemos na eleição passada?
Pelos próximos meses, a jornalista Laiane Tavares assina a coluna no lugar do titular Wanderson Nogueira. A Justiça Eleitoral determina que candidatos nas Eleições 2018 não podem apresentar, participar ou dar nome a programas de rádio e TV. A regra não se aplica aos órgãos impressos. Mesmo assim, o colunista e A VOZ DA SERRA, em comum acordo, optaram pela alteração neste período. Wanderson Nogueira volta a assinar o Observatório em outubro, após o período eleitoral.
Hoje é dia
- da avicultura
- dos bancários
O dia
Em 28 de agosto de 1992, o processo de impeachment de Fernando Collor foi aprovado pela Câmara dos Deputados. O primeiro governo eleito por voto direto desde 1960 durou de 15 de março de 1990 a 2 de outubro de 1992. O processo ocorreu após acusações de corrupção e da mobilização da sociedade
Palavreando
“A mudança não virá se esperarmos por outra pessoa ou outros tempos. Nós somos aqueles por quem estávamos esperando. Nós somos a mudança que procuramos”
(Barack Obama)
Observando
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O que fizemos na eleição passada?
Um levantamento realizado pela empresa de pesquisas Ideia Big Data demonstra que cerca de 79% dos eleitores brasileiros não sabem dizer em quem votaram para ocupar cadeiras no Congresso Nacional em 2014. A crise da democracia representativa se enquadra em um recorte global, mas essa distância entre nós e os nossos representantes, configurada também pela memória, é algo bem brasileiro. Por aqui o voto ainda não é tão racional quanto deveria, ocorre muito mais em um campo de pertencimento do que de consciência política.
É claro, cabem aqui exceções, mas é preciso falar sobre a “regra”. Não só nosso coletivo social de nação não tem por hábito memorizar em quem votou para essas cadeiras, como também não acompanha seu trabalho. É comum termos a sensação de que políticos só aparecem em época de eleição, mas nem o pior deles fica inerte pelos quatro anos. Ocorre que neste período, candidatos e candidatas entram em campanha, e elaboram uma agenda especifica de encontro e rua. Os melhores, tem por hábito manter essa agenda de rua durante todo o mandato, são os adeptos da democracia participativa. Temos bons candidatos que se enquadram neste contexto.
Mas nem os bons nem os ruins passaram os últimos quatro anos de pernas para o ar. A verdade é que durante todo esse tempo muitas leis foram aprovadas, muitas cobranças foram feitas, debates foram conduzidos com setores representativos de demandas populares, mas quem acompanhou seu candidato neste tempo, quem é que sequer lembra em quem votou?
São os políticos que só aparecem na eleição ou é a população que só se conecta à política durante a eleição? Cabe aqui uma autocrítica fundamental para nossa evolução social. Você se lembra em quem votou na eleição passada para cargos eletivos? Quais foram suas escolhas para senador, deputado federal e deputado estadual?
Em uma eleição polarizada como foi a de 2014, é comum que tenhamos nos focado no símbolo da presidência ser um milagroso sob o qual devem pesar todas as soluções e problemas, mas como vimos com o impeachment da presidenta Dilma Roussef, o Congresso tem peso fundamental, e quem você coloca lá no fim das contas acaba governando o governo. Com a relação Prefeitura/Câmara Municipal, ocorre o mesmo.
Quando quase 80% da população não lembra em quem votou para ‘governar’ temos um problema: o Brasil de hoje é fruto desse problema coletivo de não sabermos ao certo o que fizemos na eleição passada, ou o que fizeram com o voto que confiamos.
Dois senadores
Nas ruas os eleitores ainda estão confusos com a escolha para a escolha de seus representantes no Senado. Único cargo eletivo com mandato de oito anos estabelecido na Constituição Federal, a escolha para o cargo este ano será diferente das últimas eleições de 2014. No dia 7 de outubro, os brasileiros deverão escolher dois candidatos ao Senado. Vale reforçar que os dois votos têm pesos iguais. Não existe prioridade em razão do eleitor votar primeiro em um e depois em outro candidato e não é possível votar duas vezes no mesmo candidato. Em caso de repetição, o segundo voto é automaticamente anulado.
Candidaturas
Disputam duas cadeiras ao Senado pelo Estado do Rio de Janeiro Arolde de Oliveira (PSD); Aspásia (PSDB); Cesar Maia (DEM); Chico Alencar (Psol); Cyro Garcia (PSTU); senador Eduardo Lopes (PRB); Pastor Everaldo (PSC); Fernando Fagundes (PCO); Flávio Bolsonaro (PSL); José Bonifácio (PDT); Lindbergh (PT); Marta Barçante (PCB); Mattos Nascimento (PRTB); Miro Teixeira (Rede) e Samantha Guedes (PSTU); As eleições para o Senado são majoritárias, assim como para a presidência da República e para os governos estaduais. Para o Senado, entretanto, não há possibilidade de segundo turno.
Para que serve o Senado?
Muita gente tem essa dúvida, afinal, para que existe o Senado se já temos a Câmara dos Deputados? O Senado, além de poder também legislador, existe fundamentalmente para dar equilíbrio federativo às decisões tomadas pela Câmara. É como se a Câmara dos Deputados representasse a população e o Senado representasse os estados. Assim, enquanto os deputados são eleitos de forma proporcional (entre 8 e 70, dependendo do número de moradores do estado), o Senado elege três representantes por estado, proporcionando equidade aos debates que atravessam o campo nacional.
Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.
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