Mulheres na política mudam o mundo

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Pelos próximos meses, a jornalista Laiane Tavares assina a coluna no lugar do titular Wanderson Nogueira. A Justiça Eleitoral determina que candidatos nas Eleições 2018 não podem apresentar, participar ou dar nome a programas de rádio e TV. A regra não se aplica aos órgãos impressos. Mesmo assim, o colunista e A VOZ DA SERRA, em comum acordo, optaram pela alteração neste período. Wanderson Nogueira volta a assinar o Observatório em outubro, após o período eleitoral.

O dia

  • da solidariedade cristã
  • Internacional do biodiesel

Hoje é dia

Em 10 de agosto de 1823, nasceu em Caxias-MA, o poeta Antônio Gonçalves Dias. Entre suas realizações está a fundação do jornal literário Guanabara. Pela obra lírica e indianista, Gonçalves Dias é visto como um dos mais típicos representantes do romantismo brasileiro e forma com José de Alencar, na prosa, a dupla que conferiu caráter nacional à literatura brasileira.

Palavreando

“Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele”.
(Carl Rogers)

Observando

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Mulheres na política mudam o mundo

Nos Estados Unidos as eleições legislativas de meio de mandato (as “midterms”) que ocorrerão em novembro terão no aumento massivo do número de candidatas um fator histórico. No Brasil, a tendência se reproduz nas principais candidaturas à presidência da República que foram em busca de mulheres para assumir o posto de vice, além disso temos as candidatas que encabeçam a chapa como presidenciáveis. 

Fato que algumas dessas mulheres que foram procuradas para integrar as chapas presidenciais, não representam às lutas pautadas no circuito eleitoral feminino, servem apenas como vitrine, mas na luta por igualdade, a própria vitrine nos serve como degrau. Mulheres em cargos públicos inspiram meninas a compreender o mundo como um lugar de todas as possibilidades, e isso, aos poucos, muda o mundo.

Mulheres na política mudam o mundo. Em 1993, a Índia fez uma reforma constitucional que descentralizou gastos públicos para os governos locais e, simultaneamente, reservou um terço das posições de chefia do Executivo para mulheres. Os postos foram reservados temporariamente por uma eleição, e a cada nova eleição um sorteio determinava qual seria o local reservado para essa experiência. Os resultados foram reveladores e transformadores. Servem de exemplo ao mundo.

Pesquisadores concluíram que a iniciativa proporcionou mudanças fundamentais nos investimentos em bens públicos, gerando efeitos significativos sobre resultados de saúde e educação. Em assembleias estaduais onde houve maior eleição de mulheres foi registrada redução na taxa de mortalidade infantil neonatal e uma proporção maior de crianças concluiu o ensino fundamental.

O sucesso dos índices positivos em saúde e educação nos locais com maior representatividade feminina, foi relacionado pelos pesquisadores ao fato de que mulheres gastam de forma diferente e focam em políticas públicas, além disso, são menos corruptas. Os economistas usaram um índice de corrupção desenvolvido pelo Banco Mundial para analisar a associação entre representatividade política feminina e corrupção entre países. O levantamento demonstrou que quanto maior a proporção de mulheres no parlamento, menor é o índice de corrupção de um país.

Talvez isso explique porque vamos tão mal no Brasil. Por aqui, nas últimas eleições municipais, a população escolheu 50 mil vereadores homens e somente 7.811 vereadoras mulheres. A tendência se repete nas assembleias legislativas e no Congresso. Nas eleições de 2014, dos 1.035 legisladores estaduais eleitos, somente 114 eram mulheres, ou apenas 11% do total. No Congresso Nacional, foram eleitas somente 61 mulheres para 513 cadeiras, ou 12% do total.

Brasileiros até podem questionar o fato de mulheres serem menos corruptíveis na política do que os homens, com o impeachment da presidenta Dilma, mas o fato é que Dilma não foi afastada do cargo por corrupção, no fim, sua negativa ao acordar com Eduardo Cunha, foi o que proporcionou o ambiente para o afastamento. E o que temos hoje? Temer, seus amigos, malas de dinheiro, Eduardo Cunha preso, e Dilma candidata ao Senado em Minas Gerais.

Muito da corrupção de colegas do próprio partido e de um congresso que, em boa parte, se vende e nos rouba, caiu no colo da primeira mulher presidenta do Brasil, mas que isso não nos intimide. Lugar de mulher é na política (também).

Não é real

O conteúdo de uma “boa notícia” que circula pelo WhatsApp para motoristas com 60 anos ou mais não é verdadeiro. A mensagem diz que foi aprovada em julho deste ano a lei 2.786/08, que dá gratuidade a idosos em estacionamentos comerciais. O texto diz o seguinte “Faça valer o seu direito. Leve o ticket ao balcão de pagamento juntamente com sua carteira de identidade e peça o carimbo de isenção”, mas a referida lei não existe.

Confusão

Na verdade, dessa vez, existe uma chance de que a mensagem viralizada seja fruto de uma “confusão” já que um projeto de lei com o mesmo número e com a proposta de alterar o Estatuto do Idoso (lei 10.741/03) para proibir a cobrança de estacionamento a condutores com mais de 60 anos chegou a ser apresentado no Congresso mas foi arquivado em 2011 com base no artigo 105 do Regimento Interno da Câmara.

Foto da galeria
Rios, montanhas e muito verde. Em Nova Friburgo a natureza é destaque absoluto. Foto compartilhada no Instagram oficial da campanha “O melhor frio do Rio”
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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.