Mulher, a felicidade não mora no espelho

quinta-feira, 06 de setembro de 2018


Pelos próximos meses, a jornalista Laiane Tavares assina a coluna no lugar do titular Wanderson Nogueira. A Justiça Eleitoral determina que candidatos nas Eleições 2018 não podem apresentar, participar ou dar nome a programas de rádio e TV. A regra não se aplica aos órgãos impressos. Mesmo assim, o colunista e A VOZ DA SERRA, em comum acordo, optaram pela alteração neste período. Wanderson Nogueira volta a assinar o Observatório em outubro, após o período eleitoral.

Hoje é dia

  • do alfaiate
  • da oficialização da letra do hino nacional

O dia

Em 6 de setembro de 1998, o iatista Lars Grael perdeu a perna em um acidente, na praia de Camburi no Espírito Santo. O barco em que o iatista estava colidiu com uma lancha que invadiu a prova. Dono de duas medalhas olímpicas de bronze, Lars Grael virou secretário Nacional de Esportes no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Palavreando

“A beleza e a feiura são uma miragem, pois os outros sempre acabam vendo nosso interior
(Frida Kahlo)

Observando

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Mulher, a felicidade não mora no espelho

Musa, capa de todas as revistas, atriz milionária, famosa desde a infância, em um relacionamento sério com Neymar. Tudo que muitas mulheres são ensinadas a desejar, Bruna Marquezine conquistou antes dos 20 anos. Mas nada disso garantiu a ela uma proteção contra as violências machistas que exigem das mulheres um padrão inalcançável para a vida real. E mesmo que chegue perto deste ‘tal padrão’, nunca será o suficiente.

Cansada de ser violentada por comentários ofensivos sobre sua aparência, a atriz Bruna Marquezine quebrou o silêncio e fez através de sua conta no Instagram um desabafo crítico à essa postura que naturalizamos de querer definir o que é bonito a partir de nossas próprias expectativas baseadas em padrões construídos e fixados em nossa mente como ideais. Bruna, tem tido suas redes inundadas de comentários ofensivos a respeito de seu corpo. Para muitos, neste momento, ela está magra demais.

A atriz relatou que está feliz, saudável e que esses comentários invasivos, negativos e com cunho ofensivo são perigosos, Bruna falou sobre o distúrbio de imagem que afetou sua vida recentemente, quando o que a incomodava era acreditar que estava “gorda”, situação que desencadeou uma série de problemas, inclusive o avanço de uma depressão.

Esse é um assunto que não se encerra no drama vivenciado por uma figura pública, cabendo um parêntesis para lembrar que não é por uma pessoa ter uma profissão de desempenho público que seja direito nosso ofendê-la ou dizer o que bem entendermos sem considerar que o outro é humano e tem sentimentos. Respeito é a medida para tudo. Mas esse é um tema que corta a qualidade de vida de todas as mulheres.

Desde o início somos fundamentadas na sociedade por nossa aparência, uma violência que da infância a velhice nos acompanha sem interrupções. Aos homens, quando envelhecem, são atribuídos novos recortes de beleza e experiência, mas com as mulheres o mesmo não ocorre.

Não podemos engordar, nem emagrecer demais. Nem sequer podemos ter a convicção de um corte de cabelo, tudo sempre depende de como os outros vão nos ver, e não é simplesmente insegurança, é um condicionamento atrelado a construção de modelo de vida que foi determinado muito antes de nós estrearmos no palco da vida.

Claro, todas nós queremos nos sentir bonitas (os homens também), é natural e saudável. A diferença é que nós não temos muitas escolhas, e nem os caminhos que percorremos em busca do ideal de beleza foram traçados por nossos desejos. Eles foram desenhados para que então se tornassem uma necessidade, uma necessidade na qual gastamos grande parte de nossa energia enquanto poderíamos apenas passar um batom, ou não, fazer uma escova, ou não, usar um salto, ou não, colocar um vestido, ou não - simplesmente escolher como viver e fazer da nossa vida um instrumento de liberdade e felicidade.

Não se sinta obrigada, no entanto, a mudar radicalmente seu modo de vida, como se tudo fosse um erro, nossos passos devem ser sempre em direção ao que nos faz feliz de verdade, e ser feliz não é agradar o outro, é ter dentro de você a certeza de que o universo está em paz, e seu universo ainda é você. Cuide de você para além do espelho. Sinta além do que vê.

Sedentarismo no mundo

Um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado esta semana, traz dados alarmantes sobre o sedentarismo. Segundo a publicação, a América Latina é a região do mundo com maior índice de pessoas que não praticam atividade física suficiente para manter uma vida saudável. Esta é a primeira pesquisa realizada que oferece estimativas sobre a insuficiência de atividade física. Os níveis de atividade física semanal recomendados pela OMS, são de 150 minutos em grau moderado a intenso ou 75 minutos de esforço físico forte.

Sedentarismo no Brasil

No Brasil a situação é ainda pior, segundo a pesquisa da OMS, o país lidera a lista de nações sedentárias na América Latina. O levantamento indica que 47% da nossa população não praticam atividade física suficiente para se manter saudável. Vale o alerta. A análise baseada em um período de 16 anos, de 2001 a 2016, chama a atenção para a insuficiência de atividade física como um dos principais fatores das doenças não transmissíveis.

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.