Mais pelo país e menos pela raiva, por favor!

quarta-feira, 19 de setembro de 2018


Pelos próximos meses, a jornalista Laiane Tavares assina a coluna no lugar do titular Wanderson Nogueira. A Justiça Eleitoral determina que candidatos nas Eleições 2018 não podem apresentar, participar ou dar nome a programas de rádio e TV. A regra não se aplica aos órgãos impressos. Mesmo assim, o colunista e A VOZ DA SERRA, em comum acordo, optaram pela alteração neste período. Wanderson Nogueira volta a assinar o Observatório em outubro, após o período eleitoral.

Hoje é dia

  • do teatro

O dia

Em 19 de setembro de 1985, um terremoto de 8,1 graus na escala Richter, matou 12 mil pessoas na Cidade do México. O abalo destruiu um terço da capital mexicana e foi sentido em três estados, numa área total de 800 mil quilômetros, bem como no estado do Texas, no sul dos Estados Unidos.

Palavreando

“Não levo ninguém a sério o bastante para odiá-lo”
(Paulo Francis)

Observando

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Mais pelo país e menos pela raiva, por favor!

Liderando o índice de votos na disputa para a presidência da República, Jair Bolsonaro lidera também, com ainda mais força, o índice de rejeição entre os brasileiros. Em um possível segundo turno, derrotá-lo será uma possibilidade para absolutamente qualquer um que dispute com ele.

Até o momento, no entanto, pouco se sabe sobre o que significaria, à nível de políticas públicas e gestão, ter Bolsonaro, o candidato que não entende de economia e está refém do “guru” Paulo Guedes, no Palácio do Planalto. Na verdade, sobre o trabalho do candidato que está na vida pública há 27 anos, tendo sido eleito deputado federal por sete mandatos, pouco se sabe. Desde 1991 no cargo Bolsonaro aprovou apenas dois projetos de lei de sua autoria, com discurso veemente sobre a questão da segurança pública, nada fez nesses anos na Câmara pelo setor da segurança pública do estado do Rio de Janeiro, de onde saiu eleito por tantas vezes.

No debate entre presidenciáveis que ocorreu na TV Gazeta, no dia 9 deste mês, Bolsonaro não pode comparecer devido ao atentado que sofreu durante campanha em Juiz de Fora–MG. A ausência de Jair elevou o nível programático das discussões entre os presidenciáveis, é claro, alfinetadas ainda foram trocadas, mas até as indiretas ocorreram no campo das ideias e propostas políticas, com destaque para posicionamentos relacionados a economia, tema fundamental para o futuro de um país que conta hoje com cerca de 13 milhões de desempregados e alto índice de subemprego.

Foi uma boa oportunidade para vermos candidatos e candidata, de esquerda à direita, demonstrando problemas reais e suas possíveis soluções, de acordo com o que propõem cada um em seu programa de governo. Quando Bolsonaro está em cena, o nível do debate cai, você pode ser um fã do candidato, mas só conseguirá descordar dessa afirmação baseado em sua paixão.

O fato é que tendo construído sua popularidade e desenvolvido essa capilaridade eleitoral baseada em discursos de exclusão e poucas propostas, Bolsonaro puxa todas as outras candidaturas para brigar na lama. Em um processo que visa desconstruir o mitológico deputado, que apesar de por quase três décadas estar na política se apresenta como novidade para o país, as demais candidaturas são condicionadas a urgência de expor os absurdos da narrativa de Bolsonaro, por isso quando ele está presente os temas mais urgentes tem se tornado secundários nos debates, e isso é péssimo para um Brasil afundado na crise.

Aos que conseguem escapar da violência do discurso excludente de Jair, é melhor já ir se posicionando e somando ao diálogo propositivo nacional, evidenciando a incapacidade do candidato de lidar com a multiplicidade do país em suas mais variadas frentes, ou isso, ou mais quatro anos de caos. A escolha nesta eleição é entre a política e a raiva, e a raiva, meus caros, não é boa conselheira, não vale um voto.

Infância ‘mobile’

Segundo a Pesquisa TIC Kids Online divulgada na terça-feira, 18, o número de crianças e adolescentes que usa a internet apenas pelo celular cresceu. O percentual de jovens entre 9 e 17 anos que acessa a rede somente pelo telefone móvel chegou em 44%. No levantamento anterior, com dados de 2016, o índice era de 37%. O estudo aponta ainda que o uso do computador como forma de acesso à rede caiu de 60% na pesquisa anterior para 53% na atual. Já a televisão ganhou importância, subindo de 18% para 25% de telespectadores na faixa-etária.

Conteúdo negativo

No mesmo estudo, para um período de 12 meses, 39% das crianças e adolescentes disseram ter visto alguém ser discriminado na internet. O percentual chega a 54% na faixa de 15 a 17 anos. O preconceito por cor ou raça é o mais relatado (26%), seguido pelo de aparência física (16%) e pela opção sexual (14%). Os números demonstram a urgência da responsabilidade que nós, adultos, devemos ter cada vez mais para encerrar a reprodução dessa conduta nas próximas gerações, é sempre bom lembrar que o que compartilhamos nas redes, principalmente, está sendo observado também por nossas crianças e afetando suas visões de mundo ainda em construção.

Foto da galeria
As luzes da cidade acesas em destaque no registro compartilhado na página oficial da campanha “O melhor frio do Rio” no Instagram.
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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

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