Lauro—62 anos cortando cabelos, contando e ouvindo histórias - 3 de novembro 2011

sexta-feira, 06 de abril de 2012

O cotidiano está repleto de personagens fantásticos. Pessoas que contam, constroem e perpetuam a história de uma cidade e da gente dessa cidade. Personagens que entram com os devidos direitos na biografia de muitas pessoas não só pelo ofício que possuem, mas acima de tudo por serem ouvintes e conselheiros de suas vidas.

Um barbeiro ou cabeleireiro é assim, acima de tudo, um psicólogo desses que não cobram consulta. E é assim que lá no fundo da barbearia da antiga Rua São João, a rua da Catedral, no Centro, está o catedrático Lauro. Seu Lauro! Só ali são 27 anos! Mas de profissão já se vão 62! Isso mesmo: 62 anos dos quais mais de 40 em Nova Friburgo!

Foi ainda garoto, em Cachoeiro do Itapemirim (ES), que começou a história do rei. Não o rei da música! A do Roberto Carlos também! Mas a do rei da barbearia: Lauro! Saído da lavoura, foi a um grande salão do pequeno Cachoeiro, onde pediu para aprender a cortar cabelo. O solícito dono do salão, Bráulio, pediu que o então menino da roça voltasse no dia seguinte. Amanheceu o dia e lá estava o menino Lauro. Primeiro só varria, depois já ajeitava as cadeiras do salão na altura certa do cliente, logo já estava a cortar cabelos.

Já com experiência de quem nasceu para isso, Lauro conta que deixou o pequeno Cachoeiro rumo ao Rio de Janeiro. Na capital fluminense passa quase duas décadas, fazendo mais que clientes daqueles que não aceitam cortar cabelo com outro, fazendo amigos. Até que encontra Nova Friburgo. Idos de 60... Veio de trem, na viagem que diz ele: “a viagem mais bonita que já fiz!”. Uma viagem linda de quase um dia inteiro para a construção de uma história grandiosa ainda mais bonita.

A única que fez de trem! Logo depois, a Leopoldina encerrava as suas atividades. As paisagens, a parada antes de subir a serra para a troca das rodas da velha maria-fumaça. Tudo isso está lá guardado na sua infalível memória. Veio pra cá porque conheceu uma moça por quem se apaixonou e com quem está casado até hoje.

Mudou-se logo depois para as frias terras de Nova Friburgo, temperaturas bem diferentes da sua terra natal ou do Rio. Quando nem tão altos edifícios habitavam a Alberto Braune, lá estava ele no famoso Salão Sans Souci, na Rua Farinha Filho. Foi lá que conheceu gente que nem está mais entre nós! Lá começou a atender os pais de muita gente que até hoje só aceitam cortar cabelo com ele! Os filhos desses filhos também só cortam cabelo com o Lauro que depois passou por curto período de tempo pela galeria São José, até aportar onde está hoje.

“Lauro, se você parar de cortar cabelo vou virar hippie. Essa vai ser a única desculpa que vou ter para os longos cabelos que vou ter!” Fala do Henrique, funcionário aposentado de banco que só corta cabelo com o Lauro. Ritual de mais de 30 anos que é o mesmo de muitos outros como o Stutz, o Ademir, Orlando Mieli... Gente que nem se conhece, talvez só se esbarre pelas esquinas, mas que em comum tem a marca do Seu Lauro!

Respondendo ao Henrique, Lauro que atualmente só trabalha quintas, sextas, sábados e domingos, garante: “Quando chega quarta já fico doido para vir trabalhar!”. Lauro ama o que faz e por isso o faz com talento! E não é por acaso que tem o apreço de todos! Pessoas que não o procuram apenas para cortar os cabelos, mas para falar de política, futebol, economia, família, falar das coisas da vida! E nisso, muitas histórias se registram naquela cadeira de barbeiro. Mais do que fios de cabelo, passam por aquelas mãos precisas de quase 80 anos, um pouquinho da história da cidade... Histórias que talvez não fiquem nos livros ou que possam parar nas páginas dos jornais, como a do Seu Lauro hoje, mas que é verdadeiramente a história das pessoas que fazem a cidade ser o que é!

Nova Uerj

Avançam as obras para adaptar um espaço da Fábrica Filó para a instalação do campus Nova Friburgo da Uerj. No local, as obras para colocação das salas de aula e laboratórios estão praticamente finalizadas. Faltam ainda pequenos detalhes e a chegada dos equipamentos.

2012-1

Se tudo correr bem, os alunos da Uerj devem desfrutar do espaço a partir do próximo semestre. Após ser fortemente atingida pelas chuvas de janeiro, a Uerj alugou espaço na Estácio, nas Braunes, onde atualmente os alunos estudam. A expectativa inicial da ida para a Filó era de transferência ainda nesse ano, o que ainda não ocorreu e que dificilmente irá ocorrer.

Friburgo Rugby

Está definido o local da grande final da Copa Rio entre Friburgo Rugby e Guanabara, marcada para o próximo dia 12. Dois locais eram estudados, Rio de Janeiro ou Cachoeiras de Macacu, e acabou escolhido o de preferência do Friburgo Rugby: Cachoeiras.

Longe de casa

O Friburgo Rugby não fez nenhuma partida em casa neste ano, por conta da tragédia de janeiro e a consequente falta de campo para jogar. Com a definição de Cachoeiras como local da final, este será o mais próximo de casa que o time jogará neste ano, e, logo na partida mais importante da temporada. A partida acontece, portanto, dia 12, 16h, na Vila Olímpica de Cachoeiras de Macacu.

 

Feira Ceje

Tudo pronto para a realização da 3ª edição da Feira dos Cursos Técnicos do Ceje (Colégio Estadual Professor Jamil El-Jaick). O evento marcado para a próxima terça e quarta-feira, dias 8 e 9, no auditório do colégio, apresenta trabalhos produzidos pelos alunos, palestras com convidados, entre os quais este colunista, e sorteios de brindes.

Cursos gratuitos

O evento é aberto ao público e reúne os cursos de Técnico em Turismo, Prótese Dentária, Contabilidade e Desenho de Construção Civil. O objetivo do evento é divulgar a possibilidade de qualificação profissional e de inserção no mercado de trabalho através dos cursos oferecidos pelo Ceje, todos gratuitos.

TAGS:
Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.