Friburguense – O Retorno - Último Capítulo – Siqueira Atlético Clube

Este capítulo que encerra essa série “Friburguense – O Retorno” não poderia terminar de outra forma. Por mais que eu quisesse encerrá-la sem querer personificar demais a história — não consigo. Até porque a história se escreve por pessoas e as instituições por mais importantes que sejam não são nada sem homens que as mantêm e as fazem seguir. Ainda que os homens passem e as instituições fiquem, sei também que a história se perpetua e ela é escrita pelos homens, com destaque para alguns poucos e bons que marcam para sempre com seus nomes por força e competência de seu trabalho. Com o futebol não é diferente, com o Friburguense também é assim!

Poderia falar de muitos nomes entre diretores, como o do presidente Raul, que tem a capacidade de reconhecer a importância de Siqueira ou Nideck — parceiro de primeira hora; entre torcedores, como o de Ary, que esteve presente em 34 dos 40 jogos do Frizão no Campeonato, estando onde o Friburguense estivesse; entre jogadores, como Bidú que fez muita falta no período em que esteve lesionado e que na última partida, mesmo contundido, com dores, jogou até o fim. Aliás, a paixão de Bidú pelo Friburguense emociona e é apaixonante, tanto quanto a vibração de Lucas que vive o futebol e o Friburguense com intensidade. Mas quis os fatos que eu escolhesse um baixinho de pouco mais de um metro e sessenta para fechar esta história que termina aqui abrindo uma nova outra história que pode ser ainda mais linda que essa. Escolhi falar de José Eduardo Siqueira, o Siqueirinha!

Conversando com Alexandre, supervisor de futebol do clube, indagamos: qual o defeito de Siqueirinha? Pensamos, pensamos e concluímos: ser bom demais! E, ele foi e é bom demais para a história do Friburguense. Se Decache foi importante e está com seu nome gravado na história do clube com todos os méritos por ter sido fundamental para o atual patrimônio do Friburguense, Siqueira já tem seu nome gravado por tudo que fez pelo futebol do Frizão que é o carro chefe de qualquer clube. É antes de Siqueirinha e depois de Siqueirinha. Afinal, do clube de segunda divisão, o Friburguense se tornou a partir da chegada dele em um dos, senão, o clube mais respeitado do interior do estado. E não estamos falando de qualquer estado, estamos falando do estado que é a cara do Brasil, o país do futebol! Os mais de 10 anos seguidos de elite e todas as peripécias para cima dos grandes realizadas pelo tricolor da serra tornaram o Friburguense conhecido nacional e internacionalmente, elevando-se ao principal divulgador da cidade de Nova Friburgo. Mas isso tudo não veio por acaso, como nada vem. É resultado do esforço de muita gente, coordenados por ele, Siqueira — o persistente, insistente, trabalhador.

Há pouco tempo, um amigo paranaense da área de comunicação me disse: “Lá em Londrina eu sabia da existência de Nova Friburgo por causa do time de futebol, o Friburguense. Nunca soube até chegar aqui, por exemplo, que Nova Friburgo era capital nacional da moda íntima!” E esse tipo de fala é muito comum sempre que converso com pessoas de outros estados: “Você é de Nova Friburgo, aquela cidade que tem aquele time, o Friburguense!”. Mas não era assim até a chegada de Siqueirinha.

Mas mais bonito e relevante que essa passagem, até mais importante do que conquistar o título de campeão é a fala de um pai que levou seu filho de três anos ao estádio. Confessou-me ele: “Meu filho está alucinado pelo Friburguense, só fala de Friburguense!”. Essa geração, a geração Siqueira, é e será a mais tricolor de todos os tempos! Isso não tem preço! Colher seguidores, conseguir implantar no coração das pessoas o amor ao time da serra.

Siqueirinha é o responsável por isso ao fazer também com que os jogadores gostem tanto do Friburguense. Os jogadores o tratam como um amigo e quando perdem sentem que decepcionaram um amigo. Ninguém gosta de decepcionar um amigo. Pagando salários mais baixos que a maioria dos clubes de mesmo nível, Siqueirinha consegue na amizade, na sua paz e fidelidade manter esses jogadores aqui, porque é impossível não atender a um pedido de Siqueirinha.

Siqueirinha é uma pessoa que não desfaz de ninguém, atende a todos com carinho e dignidade. Siqueirinha ama o que faz e faz com competência. Não quero pintá-lo como um santo ou um herói, mas tenho que dizer que é como se ele fizesse mágica com o que tem! E faz mágica com simplicidade, a sua simplicidade que lhe é tão peculiar. Se não fosse Siqueirinha o Friburguense não tinha se mantido por tanto tempo na elite, se não fosse Siqueirinha o Frizão não teria voltado tão rapidamente para a Primeira Divisão!

Essa história da jornada de retorno que aqui chega ao fim nos ensinou, entre muitas outras coisas, o dom de reconhecer. Hoje, reconhecemos o valor desse ex-jogador que deu seus primeiros chutes nas quadras e nos campos de terra batida de Conselheiro Paulino até se tornar seu mais ilustre nome ao atuar pelo Fluminense na inesquecível máquina tricolor. Até que o vacilante destino o tirou de forma abrupta dos gramados, mas não o tirou do futebol. O futebol precisava de Siqueirinha mais do que só auxiliando o esporte amador. O Friburguense encontrou Siqueirinha e com ele aprendeu a ser um clube maior, mais ousado... Siqueirinha ensina não só ao Friburguense, mas à cidade que podemos mais, muito mais se acreditarmos e trabalharmos por nossos sonhos com seriedade, equilíbrio e honestidade.

Por isso, é comum confundirmos a recente história do Friburguense com Siqueirinha. Se essa história de retorno tem que ter, como toda história tem um personagem principal, esse personagem é Siqueirinha, esse nome é Siqueirinha!

Que o futuro seja tão lindo como foi essa história repleta de lições que espero, mantenha firme a reconstrução de nossos corações, de nossas almas, de nossa cidade, do nosso futebol mais Friburguense do que nunca! Suspeito que essa história só começou e seu final será digno de filme.

Orgulho de ser friburguense: obrigado Siqueirinha!

Friburguense (1)

O Friburguense mesmo com o vice da segundona foi o grande destaque da festa de encerramento dos Estaduais das Séries B e C. Em seu discurso, o presidente da Federação, Rubens Lopes, citou o Friburguense várias vezes, ressaltando em um dos momentos: “Se espelhem no Friburguense, pela superação, por ter caído e se levantado imediatamente”.

Friburguense (2)

Na festa de encerramento o Friburguense recebeu uma placa especial pela volta à Primeira Divisão e ainda abocanhou todos os troféus relativos ao coletivo: melhor ataque (86 gols), melhor defesa (39 gols) e time mais disciplinado. Na seleção do Estadual, Lucas foi eleito o melhor volante e Zambi, o melhor atacante.

Grandes em Nova Friburgo (1)

Indagado sobre o retorno dos jogos contra os grandes a Nova Friburgo, o presidente da Federação, Rubens Lopes, disse que isso depende de uma série de fatores, especialmente, a predisposição da detentora dos direitos de TV, a Rede Globo.

Grandes em Nova Friburgo (2)

Sobre a mesma questão, o presidente do Botafogo, Maurício Assunção, que também esteve presente no evento, foi mais preciso e disse que apoia totalmente o retorno dos grandes a Nova Friburgo. Citou que o Botafogo já deu o exemplo ao ter feito um amistoso beneficente com o Friburguense neste ano, provando o estádio ter totais condições.

Stam e Friburguense (1)

A Stam, que patrocinou de forma exclusiva toda a jornada de retorno, desde a queda no ano passado, permanecerá como a patrocinadora exclusiva do Friburguense até junho do ano que vem. A empresa de cadeados e fechaduras está fechada com e onde o Frizão estiver.

Stam e Friburguense (2)

A Stam manterá sua marca na frente e nas costas da camisa, assim como nos calções das equipes profissional e juniores. A marca também estampará o ônibus do Friburguense. O patrocínio exclusivo já vale para a Copa Rio que vale vaga na Copa do Brasil.

Comércio

O dia dos pais (14 de agosto) e as liquidações de inverno são as esperanças de muitas vendas no comércio. O comércio local está aproveitando a grande movimentação nas ruas para liquidar as peças de inverno com promoções que chegam a 70% de desconto. A coleção primavera/verão vem logo após o dia dos pais, mas antes o comércio espera vender tudo que restou do inverno.