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Culpa do Orem - 20 de outubro.
A cidade foi toda quebrada: culpa do Orem. Os hotéis estavam lotados: culpa do Orem. Vivemos um Carnaval fora de época: culpa do Orem. O comércio, especialmente de bebidas alcoólicas, lucrou: culpa do Orem. Gente andando pelada em via pública: culpa do Orem. Artistas de nível nacional se apresentando na cidade: culpa do Orem. Trânsito infernal: culpa do Orem. Nosso serviço de transporte público não funciona: culpa do Orem. A cidade tem um buraco por metro: culpa do Orem. Não dormi nos últimos dias: horário de verão que nada! Culpa do Orem. O prefeito Heródoto está no hospital, sem previsão de alta médica: culpa do Orem. As obras da Praça do Suspiro estão atrasadas: culpa do Orem. A Cléo Pires está fantástica na Playboy: culpa do Orem.
É, a maior polêmica da história recente do município: o Orem, a tal Olimpíada Regional de Medicina, realizada no último feriadão em Nova Friburgo e que causou indignação, senão na maioria, em boa parte da população. De esporte mesmo, finalidade do evento, pouco ou quase nada se falou. Aliás, o Orem é um evento esportivo? Sim! E também de confraternização.
O fato é que vivemos um momento fantástico em que não tem mais essa de que a mídia elege fulano em detrimento de cicrano. Isso acabou! Todo mundo sabe bem do lado de quem todo mundo está. As pessoas leem e veem as coisas com menos ingenuidade. As verdades não são mais compradas, tampouco empurradas goela a baixo. O nosso nível de poder crítico cresceu. Não sou eu que vou utilizar esse espaço para defender A ou B, nem influenciar a sua opinião, mas quero dizer que a mídia coloca os fatos ali e você é quem lê através do seu ponto de vista. É assim que você decide seu voto e a sua opinião. A mídia não elege ninguém.
Voltando ao Orem, quero primeiramente atentar você para o proveito político: da realização ao insucesso, alguns políticos sempre querem tirar casquinha. O Orem pode nos levar a esta e a diversas outras reflexões:
Tudo na vida, toda situação tem dois lados. Como a moeda, qualquer história tem duas faces. Por isso, antes de concluir qualquer coisa, é preciso colocar as coisas na balança, medir os prós e os contras. Nenhuma situação é totalmente ruim, como nenhuma é totalmente boa. Desconfie do mar de rosas, como desconfie do mar de lamúria. Cuidado com os exageros, não só os alcoólicos (tivemos muitos exemplos no Orem), mas também com aqueles que dizem tudo ou nada.
Ah! Cuidado também com a generalização. Assim como é incorreto afirmar que todo político é safado, é errado dizer que todos os estudantes de medicina que estiveram em Nova Friburgo, no fadado evento, são baderneiros e irresponsáveis. De seis mil, 500 chamaram a atenção por serem farreiros, desrespeitarem as pessoas, perturbarem a ordem pública, por “destruírem” as escolas onde estavam alojados, entre outras situações desagradáveis. Não podemos generalizar nem os membros de um governo, tampouco os integrantes de uma igreja ou um grupo de estudantes, por causa de uns e outros.
O importante agora é tirar do Orem algumas questões que tem que ser discutidas: Nova Friburgo tem estrutura física para receber grandes eventos? Vias públicas, serviço de transporte digno, segurança suficiente? E nossa capacidade de planejamento e de execução de planejamento? Afinal, o Orem estava previsto desde maio. Nova Friburgo é uma cidade jovem, que atrai os jovens, entende as coisas de jovens, quer jovens? Enfim: quem somos? O que queremos? Por que queremos?
Você desconfiará de médicos jovens: culpa do Orem. Você leu até aqui: culpa do Orem. Gostou do texto: culpa do Orem. Não gostou do texto: culpa do Orem também, oras.
Operação Lei Seca ampliada (1)
A partir do ano que vem, a Operação Lei Seca também detectará o uso de drogas ilícitas. As blitz passarão a contar com aparelhos que, além da presença de álcool, detectam o uso de outras substâncias como maconha, ecstasy e cocaína.
Operação Lei Seca ampliada (2)
Inicialmente, serão sete equipes e cada uma delas acompanhada de um carro-laboratório. Os carros utilizados nas operações serão equipados com um computador portátil que, a partir de uma amostra de saliva do motorista, pode detectar a presença de substâncias presentes nas drogas, com o resultado impresso em cinco minutos.
Segundona (1)
Termina neste mês os prazos para que os 20 clubes da segunda divisão de futebol do estadual apresentem à Federação garantias como estádio à disposição para todo o campeonato; documentação do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Vigilância Sanitária e Engenharia, referente ao estádio indicado; entre outros. O Friburguense já tem toda a documentação.
Segundona (2)
Acredita-se que até o final da primeira quinzena de novembro, os grupos da 1ª fase, dois de dez, estejam sorteados para posteriormente sair a tabela. A competição será realizada em duas fases, sendo na primeira as equipes jogando entre si, dentro do grupo, em turno e returno, classificando-se as cinco primeiras colocadas de cada chave. Os dez classificados jogam entre si em turno e returno subindo para a elite os dois primeiros.
Lavouras irrigadas (1)
O cadastramento para o agricultor familiar fluminense obter a outorga do uso da água nas lavouras irrigadas foi ampliado e facilitado. Além de desburocratizado, a partir de agora o procedimento também poderá ser feito nos escritórios da Emater-Rio em todo o estado.
Lavouras irrigadas (2)
Vale lembrar que o documento, que hoje já é exigido pelo agente financeiro para as novas contratações de financiamentos agrícolas, será, a partir de janeiro de 2011, indispensável para todas as operações iniciais e também de renovação de crédito envolvendo a agricultura irrigada.

Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.
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