Brasileiras e brasileiros - As consequências de nossas atitudes

sexta-feira, 19 de maio de 2017

O absurdo virou normal - estampam as páginas dos jornais. Não sei se o mais difícil é ler os jornais ou saber que de fato são fatos e não novelas. O Brasil virou um mar de aberrações em que feridas são expostas de forma contínua. Dói no peito de quem mais precisa.

O que se jogou para debaixo do tapete da memória não pode mais ser acobertado. A poeira do ontem faz alergia e o amanhã não se resolve com descongestionante nasal. O absurdo não pode ser considerado como normal.

Nessa feira de ilusões há disputa de narrativas e explicações, enquanto o povo esfomeado tem que disputar o pão. Enquanto eles forçam aos rincões "farinha pouca, meu pirão primeiro", nos palácios dos juízes costuram acordões. Rasgam a constituição quando o interesse é deles, mas quando é para servir ao povo a mesma constituição deve ser preservada na casta de suas proteções. Constituição cidadã. Já não sei quem é cidadão e quem tem a real cidadania.     

Enquanto os grandes se caçam, o povo é caçado em sua ingênua inocência. Quem está nos porões das decisões é que paga o preço mais alto. Condenações sem julgamento. Réu sem nunca ter ido ao banco do júri, nem das escolas. É a consequência de nossas pequenas e corriqueiras atitudes? Um pouco sim, um muito não. De qualquer sorte ou azar todos são mais ou menos responsáveis.

Coloca seu passo ao caminho de todos, pois o caminhar acontece quer você queira ou não. Não se deixe empurrado pelas sinergias alheias. Não se permita a imputação da inércia que te joga com todos ao abismo. Faça o seu grito para diminuir o poder da sorte e do azar. Não participar já é participar. O nome do povo, que somos todos nós, sempre vai para a história e é quem sempre paga o preço da história no ontem, no hoje e no amanhã. Brequemos de uma vez por todas o destino que nos deu Cabral. O Brasil pode e deve ser sério, sem abdicar de seu sorriso de carnaval.

Avancemos para que o Brasil possa ser dos bons brasileiros. Com menos desigualdades e com proteção a quem não teve a chance de ser proprietário dessa nação. Equilibrar a balança de quem recebe e de quem paga. Punir quem faz desgraça de nós com o lucro da especulação. Para que tanta exploração? Quem te deu tanta terra? Constituirmos juntos um verdadeiro e coletivo projeto de nação.

Não culpem o povo pelos milhões em malas, cuecas, cofres suíços e prisões. Não nos atirem balas de borracha ou sprays de pimenta para arder o lombo e as narinas. Não julguem as cidades pelos áudios vazados e "clandestinos". Não matem os Estados dessa federação em frangalhos. Não nos condenem pelos alienados. Eles serão ensinados pela experiência própria ou pela lógica de não ser gado. Mas saibam que desperta um novo sentimento que quer cuspir naqueles que lucram sobre nós. A centelha foi acesa e o fogo se espalha sem controle. Toma na direção do vento que já sonha como nós e segue esse novo ritmo que quer libertar as algemas que nos aprisionam para fora das decisões. Chega! Basta! Meu passo ao caminho de todos. Seu passo no caminho do Brasil. Um País que se respeite, com mais igualdade, liberdade e fraternidade. Um povo que reconstrua seu DNA para a felicidade de todos os brasileiros e não apenas de alguns brasileiros. Ou vencemos como povo ou nos destruímos como nação.       

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

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