Alô, alô, marciano!

Pelos próximos meses, a jornalista Laiane Tavares assina a coluna no lugar do titular Wanderson Nogueira. A Justiça Eleitoral determina que candidatos nas Eleições 2018 não podem apresentar, participar ou dar nome a programas de rádio e TV. A regra não se aplica aos órgãos impressos. Mesmo assim, o colunista e A VOZ DA SERRA, em comum acordo, optaram pela alteração neste período. Wanderson Nogueira volta a assinar o Observatório em outubro, após o período eleitoral.

Hoje é dia

• da cruz
• do frevo

O dia

No dia 14 de setembro de 1982, um acidente de carro matou a princesa Grace Patrícia Kelly. Em 1956, ela casou-se com o Príncipe Rainier Grimaldi III de Mônaco, tornando-se a "Sereníssima Alteza Princesa Grace de Mônaco". Devido a realeza, foi forçada a desistir da carreira de atriz.

Palavreando

“Este é o melhor motivo para estudar história: não para poder predizer o futuro, e sim para se libertar do passado e imaginar destinos alternativos”
Yuval Noah Harari

Observando

Cinco notícias que talvez você não tenha visto

• Campanhas defendem voto útil contra "extremos"
• Risco Brasil dobra em 2018 com indefinição eleitoral
• Presidente do Uruguai manda prender comandante do Exército
• Papa ordena investigação contra bispo dos Estados Unidos acusado de abusar de adultos
• Longa narra as últimas horas de Tancredo Neves e conta com imagens de arquivo da época

Alô, alô, marciano!

Passando por algumas notícias, li em uma dessas manchetes de redes sociais que cientistas detectaram sinais de vida extraterrestre em alguma outra galáxia, enfim, não dei muita atenção. Não sei exatamente do que se tratava. Pode até ser uma ‘fake news’. Ainda rolando as notícias pelo meu celular vi que pela primeira vez a Rede Globo exibiu um beijo gay na novela das seis, e os comentários dessa notícia me fizeram imaginar como seria se o ser humano realmente tivesse que conviver com vidas extraterrestres. É que o grau de intolerância expresso nos comentários sobre o beijo na novela que eu nem sei o nome, demonstra que boa parcela da humanidade não tem a menor habilidade de se conectar com o outro, mesmo quando o outro é um ser humano.

Isso se reflete em todo caos que vivemos, e não é só nas redes sociais, onde naturalmente as pessoas parecem se sentir confortáveis para expressar o que há de pior em seus corações. É no dia a dia, em frases devastadoras como a que ouvi de uma senhora no início dessa semana, uma desconhecida que no ponto de ônibus relatava que não tem nada contra gays, mas se tivesse um filho gay, preferia que nascesse morto. São pensamentos que cada vez mais encontram legitimidade em candidatos que levantam essa bandeira de ódio em nome da família. Que família? Porque na minha eu aprendi a amar e respeitar ao próximo, e meus pais nunca incluíram um adendo com algo do tipo “a não ser que sejam gays”.

Eu sei que nem todos nós somos assim e que a cada dia mais e mais pessoas abrem seus corações para compreenderem que a diferença do outro não nos enfraquece, ao contrário. Cada um é como é, e por isso o mundo é plural, e tantas coisas são possíveis. Mas, por hora, se eu fosse um extraterrestre, me manteria anos luz de distância da terra, pelo menos até que por aqui o bem vença o mal e o amor vença o ódio.

A terra não é um lugar seguro se você não se enquadra no que alguns determinaram como correto, por acaso, isso exclui mais da metade da humanidade, porque além de não poder ser gay, por aqui, não pode um milhão de outras coisas. Mas grande parte da população quer uma arma, porque matar, aparentemente, pode. Mesmo que esteja escrito “Não matarás” – sem adendos. Pra variar estamos em guerra...

Pobreza avança no Brasil

Estudo inédito realizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), traz informações  preocupantes sobre o avanço da pobreza no Brasil. Segundo a pesquisa, entre 2014 e 2017, o número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza no Brasil cresceu 33%, o que significa 6,3 milhões de novos pobres no país. Segundo o estudo, a desigualdade subiu por 11 trimestres consecutivos, o que não acontecia desde 1989, quando foi registrado um recorde histórico nesse sentido. O retrocesso fez com que o país perdesse uma década de avanços contra a desigualdade. Desemprego, alta inflação e a redução de políticas públicas são vistos como os principais fatores para o retrocesso.

Desigualdade

O estudo Desigualdade Mundial 2018, destaca que quase 30% da renda do Brasil está nas mãos de apenas 1% dos habitantes do país, no mundo não existe registro de tamanha concentração de renda nas mãos de uma porcentagem tão pequena da população.  Segundo os dados coletados, os milionários brasileiros ficaram à frente dos milionários do Oriente Médio, que aparecem com 26,3% da renda da região. O grupo de economistas responsáveis pelo levantamento lembram que a pobreza é essencialmente uma forma de desigualdade e, por isso, o combate à desigualdade econômica pode contribuir para o combate à pobreza. Para os pesquisadores a meta deveria ser promover um crescimento mais balanceado, em vez do cenário de livre mercado em que os mais pobres se beneficiam de forma modesta dos ganhos dos mais ricos.