Zum-zum-zum das montanhas: histórias de Nova Friburgo

Zum-zum-zum das montanhas: histórias de Nova Friburgo é um livro de contos direcionado para crianças e jovens. Porém pode ser lido por pessoas de todas as idades que possuem vínculos com a cidade ou queiram conhecer seus primórdios um pouco melhor.

O fazer de um livro é tal qual uma gestação e um parto. Na maioria das vezes, supera os nove meses e invade os anos. Pois foi um delicado trabalho, e todo os cuidados foram poucos. Além do que foi resultado de um trabalho de equipe. Este livro, por contar a história dos povos formadores de Nova Friburgo, das suas lutas e conquistas, dos seus esforços e dores, reuniu pessoas conhecedoras dos fatos humanos e naturais que fizeram a vida urbana acontecer nesta região. Ao lado de Maria Janaína Botelho, historiadora e interessada nos processos colonização da nossa terra, situada no cinturão central da Mata Atlântica, na Serra do Mar, criei seis contos para jovens e crianças, com atenção para retratar, com veracidade, o que aconteceu, mesmo percorrendo os coloridos bosques da ficção. Enfocando os fatos mais relevantes, não apenas ao longo dos duzentos anos, apontei para os milhares de anos de nossas belas montanhas. Janaína, ao final dos capítulos, também, ofereceu ao leitor informações históricas significativas.

As montanhas são as narradoras! Afinal de contas, presenciaram tudo, uma vez que tiveram uma visão privilegiada, como se estivessem acomodadas em confortáveis camarotes. Para falar das montanhas, precisei contar com o apoio de um geólogo e nada melhor do que um professor. Artur César Bastos Neto nos apresentou as montanhas em tom de mestre, a começar pela idade, quinhentos milhões de anos. Foi ótimo conhecê-las, pois eu as observava sem saber das suas características. Elas têm identidade! Não são apenas pedras, morros ou rochas, como tanto se fala por aí. Nossas montanhas têm nome, localização, história, forma e constituição. Durante o processo de escrita, dia a dia, fui admirando mais e mais este relevo que faz Nova Friburgo ser o que é, ser um lugar especial neste imenso país.

As ilustrações foram, a cada capítulo, contando a história em forma de recorte e colagem, num trabalho delicado e criativo, que acompanhou o processo de escrita. Foi minha filha, Ana Gabriela, que, com seus olhos interessados e dedos afilados, foi construindo as imagens que eu não ousava criar.  

O olhar do outro é essencial num trabalho literário. É o ponto crítico, enriquecedor, que aponta para melhores modos de escrever e de diagramar. Lila Maia trouxe maneiras de abordar os temas e configurar os capítulos de forma mais tocante, cujas observações, sempre cuidadosas, lapidaram os contos.

Certamente, não poderia faltar o professor de português. Aliás, o grande mestre da língua portuguesa de todos os friburguenses, o nosso Robério José Canto. Que, com dedicação, corrigiu e corrigiu o texto. Além do mais, cada correção nos foi uma aula de português. Artur, também, mesmo sendo geólogo, domina a língua como ninguém e ofereceu-nos excelentes contribuições.

Logicamente, depois disso tudo, não poderia faltar a poesia. Se Nova Friburgo é a cidade mundial da trova, Elisabeth Souza Cruz não poderia estar ausente deste projeto. Esteve presente, escrevendo o prefácio e as trovas em todos os capítulos. Que doce e suave tom ela deu à conversa das montanhas!

Então, a seguir, Marcelo Cruz fez a diagramação, dando um jeito caprichoso e elegante ao livro. Cheio de detalhes, frase por frase, imagem por imagem, capítulo por capítulo, diagramou com delicadeza as páginas, capas e guardas (verso da capa e da contracapa).

Para finalizar, Alexandre Nacif deu a toque final, editando o livro com perfeição. E, com orgulho, colocou o Zum-zum-zum das montanhas nos braços da Janaína e nos meus com um filho desejado.

Todos, sem exceção, mesmo o geólogo, que mora no sul do Brasil, e Lila Maia, no Rio de Janeiro, demonstraram, neste livro, amor à cidade.

Salve Nova Friburgo!