Por amor, todos ficaram juntos com distinção

Todas as noites, leio um capítulo do livro, “Nova Friburgo, contos, Crônicas e Declarações de Amor”, que publicamos, nós, os escritores de Nova Friburgo. Faço parte deste grupo de imaginadores, contadores de histórias e pesquisadores, que dedicam importantes momentos de suas vidas à literatura. Cada um, ao seu jeito, tem a mania de retirar as melhores ideias do fundo dos seus baús, de pesquisar e de escrever. O resultado deste árduo costume foi a construção de um livro eclético, de vários gêneros literários, inclusive, e que possui um ponto em comum entre seus autores, o amor à Nova Friburgo.

Ah, como nossa terra é amada! É um sentimento que faz sua gente ter um modo de ser não indiferente ao seu lugar, um sentir tocado de todas as maneiras pelos ares serranos da Mata Atlântica. Nova Friburgo tem, para nós, um céu diferente, uma terra macia e águas brilhantes. Sobre este solo único, cada um dos 16 autores, imaginou, pesquisou ou recordou-se de um fato. Significativos lampejos de amor. Suas intenções se misturaram no livro; a autenticidade dos seus textos, não. É uma obra que tem a personalidade friburguense, cujas palavras foram cuidadosamente colocadas nas frases, dando vida às ideias. Aqui, as pessoas sabem percorrer corredeiras e fazer com destreza as curvas do quotidiano, tal qual o Rio Bengalas.

Há vários retratos no livro. Uns envelhecidos pelo tempo, outros de nitidez estonteante e, ainda, aqueles que deixam alguma dúvida no ar. O meu, por acaso, foi feito de brechas. Suas páginas são cheias de imagens que fazem o pensamento adentrar nas frases e viajar no tempo e no espaço da cidade. Quando as viramos, sentimos a aragem do amor. Sentimos a poesia percorrer nossas veias.

Ah, as luas de Nova Friburgo têm a cor das pérolas!

Sejam bem-vindos ao livro de páginas aconchegantes e agraciadas pelos tantos fatos inusitados, como o acolhimento aos marinheiros do alto da serra ou da assombrada casa na Nova Suíça. Entre chegadas e partidas, a proximidade e a distância, a alegria e a tristeza, o livro é um convite ao mundo literário da cidade, ao planar sobre sua história, tão aventureira e tão mesclada de sonhos e suores. Ao imaginário.

Não é por pouco que Nova Friburgo é um lugar onde a arte da palavra toma conta dos seus vales, não suporta o silêncio, nem dá às costas aos embates diários. O livro tem, implícito, um convite ao leitor a se recostar no sofá e ler para conhecer, recordar ou mesmo confirmar que existe um Cão Sentado na cidade à espera de seu dono.

Assim, juntos e separados, os escritores entrelaçam a cidade com amor.