Aplausos à Heloísa

Eu, em nome da Academia Friburguense de Letras, envio os melhores
aplausos à Heloísa Ferreira, grande incentivadora das artes, especialmente da
literatura, em Nova Friburgo.
Depois de 32 anos de dedicação e trabalho, aposenta-se, como
bibliotecária na unidade SESC em nossa cidade, tempo em que promoveu
atividades literárias diversas, ofereceu oportunidades aos artistas da região
para apresentarem seus trabalhos e ideias ao público frequentador deste lugar
repleto de livros, organizou diferentes eventos, descobriu pessoas talentosas e
empregou, enfim, esforços para enriquecer a vida cultural da região.
Heloísa reconheceu a importância da difusão da história e da literatura,
reforçando, inclusive, a presença de literatos na cidade ao longo do tempo,
como Machado de Assis, Casimiro de Abreu e Carlos Drummond de Andrade.
Seu olhar, sempre ansioso para descobrir as possibilidades artísticas e
literárias, colaborou para o engrandecimento dos escritores, abrindo-lhes
espaço, em sua biblioteca para a apresentação de palestras, seminários,
saraus, rodas de leitura, lançamentos de livros e outras atividades literárias.
Nossa Helô, como faço questão de tratá-la, não mediu energias para
estimular a leitura em jovens, adultos e idosos com a finalidade de melhorar o
olhar das pessoas para o mundo, amparar cada um em sua trajetória
existencial, oferecendo textos e debates de qualidade, carregados de valores
humanos e saberes sustentadores da cidadania. Além do mais, promoveu o
intercâmbio entre artistas, gerações e friburguenses. Suas preocupações, bem
direcionadas aos jovens, buscava, através das atividades que planejava,
formas de ampará-lo nas experiências quotidianas e multifacetadas. O
emprego das suas forças estava direcionado a plantar sonhos esperançosos e
concepções realistas da vida.
Foi uma corajosa guerreira e não temia desafios. Queria sim, ver sua
biblioteca movimentada de pessoas carregadas da vontade de ir além e
ultrapassar dificuldades. Ah, como ela sempre gostou de ver, naquele espaço,

olhos e ouvidos atentos ao saber, à informação, à troca de ideias, fazendo da
biblioteca um lugar de interações. Todos os dias, seus braços estavam abertos
e seu rosto embelezado por tantos sorrisos. Ah, Heloísa não fazia distinções;
sabia perceber possibilidades em quaisquer circunstâncias.
Se estivesse, agora ao meu lado, enquanto escrevo este texto, ela me
diria que a vida tem muitos caminhos. Certamente, novas direções vão surgir à
sua frente, e encontrará canteiros em que poderá plantar as sementes que
carrega em seus bolsos. Apenas terá, todos os dias, o trabalho de regar uma
por uma. E, assim, continuará a reflorestar novos campos e revigorar outras
vidas.
Palmas à Helô!