Visita de Bolsonaro a Israel gera insatisfação

quarta-feira, 03 de abril de 2019

“O Hamas, movimento palestino que controla a Faixa de Gaza, condenou na segunda-feira, 1º, a visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel. Em nota, o grupo afirmou que a visita não apenas contradiz a histórica atitude do povo brasileiro de apoio à causa palestina, mas também viola leis internacionais”. 

“Em particular, o Hamas denuncia a visita do presidente brasileiro à cidade sagrada de Jerusalém acompanhada do primeiro-ministro de Israel”, diz o texto. “O Hamas também condena os planos de abertura de um escritório de negócios do Brasil em Jerusalém.”

Essa notícia foi veiculada na edição online do Estado de São Paulo, na última segunda-feira. Aliás, a viagem do presidente é verdadeira, pois ele partiu na véspera, dia 31 de março. Já não bastassem as críticas diárias que Bolsonaro tem de aguentar da mídia marronzista tupiniquim, ainda tem de conviver com as idiotices internacionais. Sim, porque o presidente , não importa de qual país for, não tem de dar satisfações, principalmente, quando se trata de um movimento terrorista, que pelas mazelas da política internacional, virou partido político.

Israel, queiram ou não, é uma nação que foi fundada em 1948, com a ajuda de um brasileiro, Oswaldo Aranha, que na época era presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas; ele deu seu apoio à decisão da ONU pela partilha da Palestina em 1947, que levou à criação do estado judaico. E todo país reconhecido internacionalmente, merece a consideração, o apreço e o ensejo de ser visitado por um chefe de estado do Brasil. Ainda mais quando existem interesses comerciais e científicos de ambos os lados.

Não devemos nos esquecer, nunca, que o deserto do Neguev, tão árido quanto o do Saara, está se tornando produtivo, graças a estudos levados a cabo pelo Centro de Pesquisa Arava, órgão do Instituto Vulcani. Assim, Israel tornou viável a cultura do pimentão verde, cuja exportação alcança a cifra de 80 mil toneladas. Produz ainda tâmaras, e desenvolve estudos para a produção de espinafre chinês, diferentes cepas de olivas e um tipo especial de berinjela. Aos poucos, a região vai mudando suas características e sendo integrada ao resto do país.

Essa tecnologia, assim como a da dessalinização da água deveria e muito, interessar aos sucessivos governantes que passaram pelo Palácio da Alvorada. Isso porque o semi árido nordestino sofre há anos com a falta d´água crônica, tornando a vida de seus habitantes quase insuportável. Nunca devemos nos esquecer, também, que essa desgraça interessou, em muito os políticos nordestinos, pois trocaram muitos votos por caminhões-pipa.

Claro está que um presidente que ousa matar a galinha dos ovos de ouro de políticos inescrupulosos, que busca uma tecnologia de ponta que possa resolver ou, pelo menos suavizar, as mazelas dos nordestinos, não pode ser elogiado. Deve ser muito difícil para Jair Bolsonaro ter de conviver diuturnamente com críticas de uma imprensa comprometida, vendida mesmo. Somem-se a isso, críticas de estrangeiros que deveriam antes olhar para o próprio rabo, como é o caso do Hamas.

Quanto à abertura de um escritório de negócios, em Jerusalém, pelo governo brasileiro, quem é o Hamas para questionar isso. Talvez, fosse mais eficaz preocupar-se com a miséria em que vive a maioria do povo árabe, enquanto reis, califas, sultões e ditadores vivem vidas nababescas tipo as das mil e uma noites.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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