Varsóvia, a grande surpresa

terça-feira, 24 de setembro de 2013
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A Polônia está para o resto da Europa assim como o Paraguai está para o Brasil. O polonês é sempre visto com desconfiança, todo carro roubado no continente foi levado para o país, ou seja, tudo de ruim que acontece no continente tem o dedo de um polaco. No entanto, ninguém leva em consideração o fato de ter sido uma terra sofrida, pois situado entre a Europa Oriental e a Ocidental foi sempre o primeiro a ser invadido e ocupado no caso de uma guerra.

Na era moderna, como país livre, o período mais longo de liberdade vivido pelo povo polonês coincide com a queda do comunismo, em 1989, até os dias atuais. De 1795 até 1918, fim da Primeira Guerra Mundial, esteve sob a dominação do Império Austro-Húngaro da Prússia (atual Alemanha) e do Império Russo. Em 1939 foi invadida pelos nazistas, dando origem à Segunda Guerra Mundial, no entanto, o fim do conflito não a libertou de vez, uma vez que foi ocupada pelos russos.

Com todas estas informações, mesmo conhecendo de antemão a história da Polônia, fiquei surpreso com o que vi e satisfeito de ver que o povo deu a volta por cima e tornou-se um país próspero e progressista. Para receber o grande fluxo turístico, pós-comunismo, virou um grande canteiro de obras não só com a modernização de sua malha viária, mas também com o aumento da sua rede hoteleira e o implemento de sua gastronomia, sem falar na remodelação da capital.

O transporte público é excelente, contando com metrô, ônibus e bondes capazes de interligar os vários bairros da cidade em pouco tempo e, o que é mais importante, cumprindo com rigor os horários previstos. No entanto, a melhor maneira de conhecer a cidade de Varsóvia é a pé.  Nosso hotel, Íbis Old Town, fica a 500 metros da cidade velha, seu principal ponto turístico, na qual se destaca o Palácio Imperial, além de muitas igrejas e uma profusão de restaurantes e sorveterias. Ao lado caminha-se por uma larga avenida, com um comércio de primeira.

Em 1944 esta área foi arrasada pelos alemães após sufocar uma rebelião do exército polonês, então na clandestinidade. Ao fim dos 63 dias de combates, 50 mil poloneses, dos quais 18 mil civis, estavam mortos; do lado alemão, as perdas chegaram a 25 mil soldados. Logo na entrada da cidade velha existe um monumento em homenagem aos poloneses mortos. Esta área foi totalmente reconstruída, fiel ao que existia antes. Como a Old Town fica num plano elevado, de lá se avista o Rio Vístula, que corta a cidade, e o Estádio Nacional. 

Outro ponto a ser visitado é o Monumento ao Judeu Polonês, situado junto ao que resta do gueto de Varsóvia e onde se veem vestígios do muro que o cercava. Aliás, o que impressiona na Polônia é a presença marcante do judeu na história de um país anti-semita. 

 Vale a pena uma ida ao Arkadia Shopping Center, pois ele é uma mostra fiel da transformação pela qual o país passou, sacudindo o bolorento regime comunista e adotando de corpo e alma o capitalismo. Existem poucos shoppings como o Arkadia, no Brasil. 


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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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