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Um paraíso chamado Córsega
Alguns franceses dizem que a Córsega é a ilha mais bela do mundo, outros dizem que a mistura de montanhas, mar e uma faixa estreita de terra realçam os seus encantos e tornam imperdível uma visita. Pelo sim pelo não fomos conferir in loco, esses argumentos, para podermos emitir nosso próprio conceito. A conclusão a qual chegamos é que se o paraíso existe, ele se chama Córsega.
Pegamos o ferryboat que sai de Marselha às sete da noite e chegamos a Ajaccio, no dia seguinte às sete da manhã. Apesar da nossa atual ojeriza a navios, a travessia foi tranquila, com uma boa noite de sono num camarote acanhado, mas confortável. A tranquilidade das águas do Mediterrâneo, nessa época, também contribui para uma viagem sem maiores contratempos.
A Córsega é, em extensão, a quarta maior ilha do Mar Mediterrâneo, ficando atrás da Cecília, da Sardenha e de Chipre. Possui uma área de 8.680 km² e uma população, de acordo com o censo de 2013, de 322.120 pessoas. Ajaccio é a cidade mais populosa da ilha e considerada a sua capital, assim como a capital da Córsega do Sul; Bastia é a segunda em população, e considerada a capital da Alta Córsega. Em importância ainda temos Porto Vecchio, Calvi, Borgo, Corte e Bonifácio.
Tornou-se uma região administrativa da França a partir de 1768, depois de pertencer ao reino de Gênova, já que naquela época a Itália não era um país como hoje conhecemos. Napoleão Bonaparte, seu mais ilustre cidadão, nasceu em Ajaccio no dia 15 de agosto de 1769, portanto, por ironia do destino, o espaço trezentos e sessenta e cinco dias o livrou de ser italiano, transformando-o num dos maiores personagens da história francesa.
A alta temporada começa em 1º de junho e vai até final de setembro; nessa época a população quase dobra com a chegada dos turistas, aliás, boa parte da sua economia está baseada no turismo, além da produção de mel, frios, queijos, vinhos e das cervejas artesanais Colomba, Petra e Serena. No entanto, com relação a esses produtos, não se pode falar numa contribuição expressiva para a economia local.
Mas, para mim, o maior produto made in Corse é a sua beleza natural, daí eu afirmar que se na Terra existe um paraíso, ele se chama Ilha de Córsega. Montanhas com uma vegetação exuberante, praias de todos os tamanhos, com um mar que esbanja várias tonalidades de azul, uma mais bonita do que a outra, uma temperatura em torno dos 30 graus, no verão, mas com uma brisa constante, um convite a um mergulho refrescante e, por que não, uma Colomba estalando de gelada?
Hotéis de todos os tipos e preços e que têm de ser reservados com antecedência. Para se ter uma ideia, nossas reservas para as cidades de Ajaccio, Bonifacio e Bastia foram em hotéis mais afastados, pois os do centro estavam cheios. Isso a partir de 13 de junho quando começamos nossa viagem.
Uma coisa que me chamou a atenção é a atração que o Brasil causa em muitos habitantes locais, com os quais conversamos. Para se ter ideia, o proprietário do Café Le Latin, em Ajaccio, é músico, adora a música popular brasileira e esteve no Rio com sua esposa, antes das Olimpíadas, de onde trouxe vários objetos da cidade e que fazem parte da ornamentação do café. O filho da proprietária do hotel em que ficamos em Bonifácio nunca esteve em terras brasileiras, mas lê e conhece muito do nosso país. Talvez por termos um clima semelhante, se bem que um pouco mais quente, e por sermos um povo muito extrovertido como são os corsos, desperte a curiosidade deles.
Foi uma experiência interessante, já que não conhecíamos a Córsega, mas ensombrecida pela notícia que recebi do Brasil, de que minha mãe sofreu um enfarte e está internada no Rio. O pior é que não temos como retornar antes do dia 20, para o continente, já que os ferryboats estão lotados, e tratarmos da antecipação de nosso retorno ao Brasil.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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