Um país risível ou ridículo

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Que o Brasil não tem mais jeito, já sabemos desde há muito; mas, infelizmente, todo o dia acontece algo que corrobora a afirmativa de nossa chegada ao fundo do poço, de onde jamais sairemos. Aliás, os fatos que ocorrem atualmente, logo após a homologação das candidaturas a presidente da república, mostram quão pouco sérios são nossa classe política e jurídica.

Um país dito sóbrio, jamais poderia chancelar o nome de Luís Inácio, como candidato a não importa que cargo se disponha a disputar. Ele é um cidadão cujos direitos civis estão suspensos uma vez que foi condenado, em segunda instância, a 12 anos de cadeia, de prisão. Portanto, enquadrado na Lei da Ficha Limpa, tornou-se inelegível. Seria ridículo e motivo de chacota internacional, se um meliante fosse eleito presidente da república federativa do Brasil e sua residência oficial, não o palácio da Alvorada e sim uma cela na Papuda (presidio da capital federal). Ao invés de carro oficial, chegaria ao palácio do Planalto, local de trabalho do presidente, de camburão.

Na realidade, o PT (partido dos trabalhadores) sem nenhum compromisso com a integridade do país como nação, montou uma estratégia que só ingênuos ou destituídos de inteligência não percebem. Com a ajuda de advogados marotos, conhecedores dos subterfúgios que nossas leis proporcionam, vão entrar com quantos recursos forem possíveis, na tentativa de conseguirem que o retrato de Luís Inácio seja inserido nas urnas. Sabem que uma vez lá, não poderá ser mais retirado. Com isso, vão induzir uma grande parcela dos eleitores, principalmente os analfabetos e semianalfabetos, cujo reconhecimento do candidato se faz através da fotografia, a votar no gato e não na lebre. Sim, pois com Luís Inácio inelegível, o candidato oficial do PT passa a ser Haddad (Andrade como é conhecido no Nordeste, pois Haddad não são todos que conseguem escrever). Num dos maiores estelionatos eleitorais de que se terá notícias, a figura que aparecerá ao se apertar o número 13, será o do presidiário e não a do real candidato do partido.

Ou seja, políticos e advogados envolvidos num blefe eleitoral, sem que aqueles que deveriam zelar pelo real cumprimento das leis façam valer sua autoridade, se é que as tem. A começar pela Dra. Rosa Weber, atual presidente do STE (Superior Tribunal Eleitoral) que já deveria ter se manifestado, acabando com esse espetáculo deprimente e porque não, ridículo, do lançamento da candidatura de um presidiário, ao mais alto posto do país. O próprio STF (Superior Tribunal Federal), apesar dos conhecidos ferrenhos defensores de Luís Inácio, tinha a obrigação de se posicionar. Ao ser a “mais alta corte do Brasil”, o mínimo que se espera dela é zelar pelo cumprimento das leis, para que sejamos reconhecidos como um país sério e não como uma grande ribalta a exibir uma comédia pastelão.

O mesmo se aplica ao candidato a governador do estado do Rio de Janeiro, conhecido pela alcunha de “garotinho”, ou seria “debilóidinho”? Condenado em segunda instância, só não está na cadeia em função de um habeas corpus, assinado por um membro da “mais alta corte do Brasil”, grande adepto desse subterfugio jurídico.

O Brasil anseia por uma tomada de posição da sociedade, na defesa da moral, da ética e da honestidade. Mas, todo esforço será em vão se não houver um compromisso maior de políticos e juristas, na defesa do interesse público em detrimento dos interesses pessoais.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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