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Um almoço de confraternização com a marca do tempo - 15 de dezembro.
O final de mais um ano se aproxima. Além do balanço individual que deveríamos fazer para contabilizar os nossos erros e acertos desses tão longos e tão rápidos 365 dias, temos tempo para as confraternizações e os festejos típicos desse período. Vivemos em 2010 bons e maus momentos, aliás, se tudo fosse só felicidade seria uma chatice, e é nos momentos difíceis que crescemos como seres humanos. Acredito que os períodos conturbados por que passamos, são uma preparação para desfrutarmos as coisas boas que surgem em seguida.
Um desses momentos gratificantes é a oportunidade de rever velhos amigos. Por isso, no sábado, fui ao Rio participar de um almoço de confraternização com meus provectos amigos da turma de 1965 do colégio São Bento, ano do IVº centenário da cidade do Rio de Janeiro. Desde 2005 quando lá se iam 40 anos da formatura no antigo curso ginasial, alguém teve a feliz ideia de reunir os cinquentões, hoje sessentões, para um reencontro regado a muitas lembranças, velhas brincadeiras e muita nostalgia.
Advogados, comunicólogos, comerciantes, desembargadores, engenheiros, funcionários públicos, médicos, militares, padres esquecem, por um momento, o seu presente e voltam as suas origens, a um tempo inigualável e inesquecível da vida, a juventude.
Uma missa na velha igreja abacial do mosteiro de São Bento abre a confraternização, lógico que com novos celebrantes, pois os da nossa época muitos nossos mestres, ou já se foram ou curvados pelo peso da idade, só deixam suas celas quando as obrigações monásticas assim os exigem. Nesse momento, é como se entrássemos numa máquina do tempo e voltássemos a sermos os garotos de 14 ou 15 anos, que fomos um dia, em pleno vigor da idade. Infelizmente, esse ano não conseguimos um monge para celebrar uma missa no horário que gostaríamos.
Muitos de nós também já ficaram pelo caminho, mas se por um lado não estão presentes fisicamente, são sempre lembrados por suas presenças no convívio diário naquele período longínquo, mas jamais esquecido. Sim, porque quando surge à demência senil ou o mal de Alzheimer, o que se apaga é o presente e não o passado.
Nosso almoço foi no Porcão do Aterro do Flamengo, onde 22 ex-alunos, mas sempre amigos, puderam se reencontrar, matar as saudades e extravasar a alegria de, mesmo por breves momentos, reviver o convívio daquela época, que nos preparou para a vida e nos deu condições de sermos o que somos hoje.
Ao nos despedirmos, expressamos o desejo de nos reunirmos de novo, com o desejo sincero de que nenhum de nós marque encontro com a velha senhora de preto.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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