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Todo início de viagem é complicado
Chegamos a Chambéry na sexta-feira, 29 de maio, após quase 24 horas de viagem, com muito frio e muita chuva. O voo do Galeão até o aeroporto de Heathrow foi tranquilo, com chegada sem atrasos. No entanto, a conexão para Genebra teve um atraso de duas horas, o que nos fez ficar parados por quase quatro horas. Ao chegarmos à Suíça, descobrimos que as malas da minha mulher tinham ficado fazendo turismo na capital inglesa. Para nossa sorte o serviço de busca a bagagens extraviadas funciona muito bem, e lá fomos informados que elas estavam vindo no voo seguinte ao nosso; resultado, mais uma hora de espera.
De posse de todas as malas fomos pegar nosso Peugeot 208, na Peugeot Open Europe, e após uma hora e meia de estrada finalmente chegamos ao hotel Íbis de Chambéry; eram quase onze da noite. O fuso horário da França para o Brasil é de mais 5 horas, eram seis da tarde no Rio; como chegamos ao Galeão às seis e meia do dia anterior, lá se foram 24 horas.
Para quem viaja sem excursão, como nós, é preciso ter em mente que o aeroporto de Heathrow é um dos mais movimentados, mais precisamente o terceiro do mundo, só perdendo para o Internacional de Atlanta e o Internacional de Pequim; assim é uma verdadeira babel, com pessoas de todas as nacionalidades circulando em seu interior, sempre apressadas, além de ter vários terminais. Felizmente para nós chegamos e partimos do terminal cinco. O detalhe é que o terminal cinco tem a parte internacional (voos que vem de outros continentes) e a parte regional (voos para outros países da comunidade europeia). Assim tem-se de pegar um metrô interno para o deslocamento. A sinalização é muito boa, mas é preciso entender um pouco de inglês porque achar alguém para dar informação é complicado. É importantíssimo encontrar o balcão da companhia, no nosso caso a British Airlines, pois as informações de cada voo são afixadas num painel, mas na realidade, dá aquele frio no estômago, porque nós, brasileiros, estamos mais acostumados com informação tête-à-tête.
Outra coisa importante, para não se perder tempo: só carregue na bagagem de mão artigos permitidos e, se for líquido (desodorante, colírio, xampu, etc), com menos de 100 ml, tem de estar embalado num saco plástico transparente e lacrado. Não vi ninguém ter artigo confiscado, mas o tempo que se perde esperando que o funcionário lacre os de quem esquece, como no meu caso, pode levar à perda de uma conexão. Felizmente a nossa estava atrasada.
Eu que tanto relutei para comprar um smartphone, hoje rendo homenagem a ele. É Deus no céu e o smartphone na terra. Sem chips, ainda, de uma companhia francesa ou italiana bastou acessar o wi-fi do aeroporto e ligar pelo Skype. Aliás, ele é uma ótima ferramenta, desde que tenha crédito, para quem viaja, pois o “zap-zap” requer o número de um celular e nem sempre eles estão disponíveis em empresas, como a Peugeot Open Europe.
Essa é a maneira mais barata de se ter um carro na Europa, mas tem-se de entrar e sair pela França. Na realidade faz-se um leasing, em que você paga uma quantia pelo tempo que vai usar, desde que superior a 17 dias. Recebe-se um carro 0 km, sem limite de quilometragem, com a documentação em nosso nome, seguro contra terceiros incluído. No nosso caso estamos pagando 22 euros por dia, o que corresponde a quase a metade de um aluguel comum. Ao chegar, normalmente num aeroporto, liga-se para um telefone, tipo 0800, e o pessoal da companhia te pega e leva ao local em que o automóvel está disponível. Para a devolução, o procedimento é o mesmo. No Brasil quem trabalha com esse tipo de serviço é a Qualitur, em São Paulo, mas o serviço só está disponível através de uma agência de turismo.
Nossa viagem começa, na realidade, a partir de amanhã, quando chegaremos a Brescia e ocuparemos o pequeno apartamento que alugamos.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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