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Saint Imier e Nova Friburgo: laços de sangue unem as duas cidades - 19 de maio 2011
Nesse final de semana fomos a Saint Imier, na Suíça, visitar o lado suíço da familia Voirol, de onde descendem os Warol de Nova Friburgo e Sumidouro. Jean Voirol, primo em segundo grau de meu sogro Onézio Warol, ainda esbanja saúde apesar de seus 85 anos e faz parte da antiga Associação Jura-Nova Friburgo, agora incorporada à Associação Fribourg-Nova Friburgo. Aliás, ele já esteve entre nós quando participou, como presidente daquela associação, no segundo encontro de suíços em nossa cidade.
Família europeia tradicional, espalhada pela Suíça e pela França tem um ancestral famoso, Théophile Voirol, nascido em 1781 e que chegou ao posto de general do exército de Napoleão Bonaparte, tendo seu nome gravado no Arco do Triunfo, em Paris.
Jean Pierre Voirol é o patriarca da família em solo friburguense, sendo um dos integrantes do grupo de cidadãos helvéticos que fundaram a cidade, em 16 de maio de 1820. De acordo com uma carta datada de abril de 1826, cuja fotocópia será entregue ao museu da colonização, na Queijaria Escola, Jean Pierre se distinguiu entre seus compatriotas a ponto de ter sido escolhido presidente estrangeiro do tribunal da colônia, cuja composição era metade de imigrantes e metade de portugueses. O original dessa carta esta em poder de Jean Voirol.
A verdade é que não se pode falar em colonização suíça, pois isso subentende que eles impuseram seus hábitos em solo brasileiro. Na realidade, os nossos irmãos helvéticos absorveram nossa cultura, tanto isso é verdade que uma das primeiras providências de Jean Pierre após tomar posse da terra a ele destinada foi comprar dois escravos. Nessa época, não existia mais escravidão na Europa e o Brasil era um dos poucos países do bloco ocidental a persistir nessa pratica abominável. Além disso, a maioria dos que aqui chegaram era composta de camponeses com o objetivo de melhorarem de vida, pois estavam empobrecidos após dois invernos rigorosos, na Europa.
A semelhança entre os dois povos, no entanto, é incrível, pois da mesma maneira que um verdadeiro friburguense não sai de casa sem um guarda chuva e um casaco, o suíço o faz obrigatoriamente, sob risco de se dar mal. Durante nossa permanência de pouco mais de cinco horas em Saint Imier, apesar da temperatura estar em torno de cinco graus, o sol deu o ar de sua graça, choveu, caiu um pouco de granizo e teve até pequenos flocos de neve, isso em questão de minutos.
Meu artigo está sendo escrito nessa segunda-feira tão especial para nós. Que esse 16 de maio de 2011 possa significar nosso renascimento e que nossa classe política deixe de lado suas desavenças típicas de um regime democrático, suas ambições pessoais e arregace as mangas, junto com seus eleitores, para recolocar Nova Friburgo no seu devido lugar.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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