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Rocamadour e a gruta de Padirac
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
A distância entre a cidade de Rocamadour e a gruta de Padirac é de apenas 7 km, e são duas atrações turísticas imperdíveis nessa França que é uma verdadeira caixa de surpresas. Aliás, isso explica em parte uma afirmativa de um amigo francês que diz não viajar para fora do país nas férias, porque o Hexágono oferece tudo que um turista precisa: praia, montanha, natureza, museus, igrejas e gastronomia.
A gruta de Padirac fica na região conhecida como Midi-Pyrénées, departamento de Lot, em Padirac. É uma cavidade natural, com cerca de 40 metros de diâmetro e uma profundidade de 103 metros, onde corre um riacho subterrâneo que vai desaguar no rio Dordogne, a 40 quilômetros de distância. A temperatura da água é de 12 graus centígrados e dentro da gruta fica nos 13 graus. Para se chegar ao fundo, usa-se um elevador com três etapas e após uma caminhada de 15 minutos chega-se a um embarcadouro, de onde começa a visita. Através dos barcos ou de caminhadas pelas diversas galerias, a visão das formações rochosas e das estalagmites é um colírio para os olhos.
Em 1889, Edouard Alfred Martel e mais quatro amigos deram início à exploração desse riacho subterrâneo e descobriram o lago da Chuva, o Grande Pêndulo (alusivo às imensas estalagmites encontradas nesse local), o estreito do Passo do Crocodilo e o Lago das Grandes Barragens, onde hoje termina nossa visita. Martel e seus quatro amigos desceram dois quilômetros mais ao fundo. Dos quatro mil visitantes de 1918, Padirac detém hoje o recorde do turismo subterrâneo na França, com seus 400.000 visitantes por ano.
Rocamadour, cidade da fé, é um dos locais mais visitados da França, com seus 1,5 milhões de turistas, perdendo apenas para o Monte São Michel, a cidade de Carcassone, a Torre Eiffel e o castelo de Versalhes.
Local de passagem para os peregrinos que se dirigiam a Compostella ou ao Monte São Michel, a cidade medieval torna-se conhecida a partir de 1166, com a descoberta de um corpo perfeitamente conservado, atribuído a São Amador, na entrada da Capela Miraculosa. Com suas ruas tortuosas, é protegida por uma série de pontes fortificadas e tem uma escada monumental, que os peregrinos subiam — e sobem até hoje — de joelhos até onde se situam a Basílica do São Salvador, a Cripta de São Amador, as capelas de Sant’Ana, São Bras, São João Batista, Notre Dame (onde se encontra a Virgem Negra) e São Michel. Esse conjunto é dominado Palácio dos Cardeais de Tulle.
Região de falésias, que podem ser admiradas de suas ruelas, o próprio conjunto arquitetônico de Rocamadour encontra-se em cima de uma delas.
Ficamos hospedados em Brive La Gaillarde, a 35 km de Rocamadour, e no caminho passamos por outras cidades medievais, cada uma com suas características e cada uma mais bonita que a outra, como Collonges La Rouge, da qual falarei noutra ocasião. No entanto, poderia ter ficado num dos dois hotéis situados dentro da cidade medieval, ambos com preço bem acessível, e com a vantagem de termos a sensação de como era dormir na idade média, sem os inconvenientes daquela época.
As lojas da cidade, além da venda dos produtos típicos para turistas, ainda oferecem produtos da região, como licores, queijos (o de cabra é muito apreciado) e vinhos.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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