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Paris, sempre Paris
terça-feira, 08 de outubro de 2013
Semana passada fomos a Paris passar o fim de semana. Cidade dos sonhos de muita gente, ela exerce tal força de atração sobre as pessoas que é difícil conhecê-la e não se apaixonar. Costumo dizer que conhecer a França e não ir a Paris é como ir a Roma e não ver o papa. No entanto, como todas as grandes cidades do mundo, ela sofre o mal dos grandes aglomerados e requer cuidados, principalmente dos turistas, para não serem roubados. É raro assalto a mão armada, mas os batedores de carteira estão por toda parte, por isso todo cuidado é pouco onde tem muita gente, como no metrô e nos principais pontos turísticos da cidade. Eu mesmo fui roubado, anos atrás, em Chatellet les Halles (maior estação do metrô parisiense) e dessa vez assistimos a uma tentativa de assalto dentro do vagão que estávamos.
Madame Eiffel, como me refiro à Torre Eiffel, é o principal cartão de visita da Cidade Luz. Como sempre, tem uma fila imensa de espera para pegar o elevador que nos conduz ao seu último estágio, e de onde a vista da cidade é deslumbrante. Um detalhe: não existe preferência para idosos, pois senão os mais jovens não teriam vez, pois o turismo da terceira idade é uma realidade na Europa.
Dessa vez, optamos por andar pela margem do rio Sena, que corta a cidade e que te leva aos principais pontos turísticos como a Catedral de Notre Dame, sempre com suas quilométricas filas de acesso; ao museu do Louvre, ao Grand Palais (na realidade um grande espaço de exposições) todo envidraçado; Arco do Triunfo, situado na famosa Avenida Champs Elisées (talvez onde esteja o metro quadrado mais caro de Paris); La Conciergérie, etc.
Aliás, vale a pena uma divagação sobre a Conciergèrie. Em 1370, como palácio, foi abandonado pelo Rei de França Charles V e transformado em prisão. Na época da revolução francesa, em maio 1789, era considerada como a antecâmara da morte. Foi nela que Maria Antonieta ficou presa e de onde saiu para ser guilhotinada em 1793, pelo método muito eficiente de matar inventado por Joseph Ignace Guillotin, que era médico. Aliás, parece que ele provou de seu próprio veneno, sendo guilhotinado em 1814.
Há em Paris outros pontos turísticos que valem a pena serem visitados, como Monmartre e a Basílica de Sacre Coeur, o cemitério de Père Lachaise, onde estão enterradas personalidades como Edit Piaf, Abelardo e Heloisa, Gilbert Bécaut, Molière, Gay Lussac, Allan Kardec e outras; o mercado das pulgas (para quem curte antiguidades), etc. São locais mais afastados do centro, mas o metrô da cidade é um dos maiores do mundo e um dos mais fáceis de se locomover. Não é preciso guia turístico, apenas alguns minutos para se compreender sua vasta malha. Existe bilhete para um e três dias (esse muito mais econômico). A Euro Disney também pode ser visitada utilizando-se o metrô.
Muito recomendado também é o passeio de barco (bateaux mouches) pelo rio Sena, que leva você aos principais pontos turísticos da cidade, através de uma visão diferente. À noite existe um roteiro que inclui jantar a bordo. É caro, mas é uma opção, principalmente para os que estão em lua de mel.
Fomos e voltamos no TGV (trem a grande velocidade) que cobre o percurso Chambéry-Paris, cerca de seiscentos quilômetros, em três horas. Ir de carro é um verdadeiro suicídio.
Um lembrete: visite a França antes que ela acabe; como todo país governado por socialistas, ela vai de mal a pior; sua dívida para 2014 está estimada em 91,5% do seu PIB (produto interno bruto). Se o presidente do FMI não fosse uma francesa, o país já estaria sofrendo as consequências desse desempenho. Vi no jornal local uma cena digna de Brasil: pacientes num hospital de urgência em Paris, em macas no corredor, à espera de atendimento. No entanto, os José Sarneis, as Dilmas, os Zé Dirceus, os Genoínos daqui vão muito bem obrigado.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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