“Paraíba, o canhão do Arruda” teve carreira interrompida pela ALML

quarta-feira, 07 de agosto de 2019

Na semana passada, a imprensa marronzista do Brasil, numa entrevista com o presidente Jair Bolsonaro, abordou o tema sobre a OAB ter impedido a tomada de depoimentos dos advogados que defenderam Adélio Bispo, o esfaqueador de Juiz de Fora. Nessa entrevista, nosso presidente declarou que se Felipe Santa Cruz, que preside aquele órgão de classe, quisesse saber o que acontecera com o seu pai, Fernando Santa Cruz, ele teria o que dizer. Por falar nisso, Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro também têm o direito de saber quem estava por trás da tentativa de assassinato de seu pai.

A verdade é que Fernando Santa Cruz pertenceu ao movimento Ação Libertadora Marxista Leninista (ALML), uma das muitas entidades terroristas que se disseminaram no Brasil, a partir da década de 1960, e que levaram ao regime militar de 1964. Essas entidades, sustentadas pela ex-União Soviética, cujos membros eram treinados na Cuba, de Fidel Castro, foram responsáveis por muitos atentados que resultaram na morte ou mutilação de inocentes.

O atentado a bomba, no aeroporto dos Guararapes, em 25 de julho de 1966, deixou um saldo de dois mortos o jornalista e secretário do governo de PernambucoEdson Régis de Carvalho, e o vice-almirante reformado Nelson Gomes Fernandes, além de 14 feridos. Entre eles estava Sebastião Tomás de Aquino, guarda civil de plantão naquele dia, e jogador do time do Santa Cruz, mais conhecido como Paraíba, o canhão do Arruda, em função do seu chute muito forte.

Ele encontrou uma maleta abandonada e ao retirá-la do local onde foi achada, a mesma explodiu, tendo como consequência a amputação de sua perna direita. Ela continha explosivos, vidros, parafusos e objetos metálicos. Sebastião teve suas atividades no futebol e na guarda civil interrompidas e nunca mais foi a mesma pessoa.

Depois da espalhafatosa atuação de Felipe Santa Cruz, com ameaça de denúncia contra Bolsonaro junto ao STF, o presidente brasileiro colocou nas redes sociais, uma gravação que fez em 2016, ainda como deputado federal e autorizada pela família, com Paraíba em sua residência, onde o membro amputado foi mostrado. E importante frisar isso, pois Sebastião faleceu em 2017 e corremos o risco de ver um repórter, dessa mesma imprensa marrom, negar a amputação. Deve-se relatar também que a família, nessa época declarou que ele era totalmente dependente deles e dos amigos e que nunca recebeu um centavo sequer do governo brasileiro. Aliás, ao contrário de muitos terroristas e pseudo terroristas que recebem altas somas, em dinheiro, por terem sido vítimas da ditadura. Em tempo, essa entrevista foi publicada no Jornal da Cidade on-line da última segunda-feira, 5.

Nesse vídeo, Bolsonaro declara textualmente que Fernando fora executado por seus próprios companheiros, fato que ocorria quando se suspeitava que um membro do grupo pudesse ser informante das forças de repressão. A Comissão da Verdade sempre negou esse fato, mas ela é composta por simpatizantes do movimento revolucionário da época, daí sua credibilidade ser posta em dúvida, principalmente no Brasil de hoje. Se Felipe Santa Cruz está tão ofendido com as declarações do presidente, por que não o processou em 2016, quando ele ainda não tinha sido eleito?

Não devemos esquecer jamais, e os da minha idade se lembram daqueles tempos sombrios, que se não fosse a ação dura das forças de segurança brasileiras, hoje o Brasil seria mais um satélite da ex-União Soviética, com todas as mazelas que isso causou a esses países, comunisados à força.

 A lei da anistia ampla, geral e irrestrita de 28 de agosto de 1979, promulgada pelo então presidente João Batista de Figueiredo, pôs um ponto final naquele período e foi assim que ex-terroristas do porte de Dilma Rousseff, José Dirceu, José Genuíno e muitos outros puderam voltar à vida pública, ocupando postos importantes na política nacional. Não devemos nos esquecer, jamais, que participaram de ações que resultaram em mortes de inocentes, assaltos a bancos e depredação de bens públicos.

Ficaria mais digno se esses que hoje defendem os terroristas de outrora, também fizessem apologia de suas vítimas.

 

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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