Colunas
O PT e o MDB são os grandes derrotados da eleição 2018
Jair Bolsonaro, do PSL, é o novo presidente do Brasil, eleito com mais de 50% dos votos úteis e com mais de 11 milhoes de sufrágios sobre o seu oponente, Fernando Haddad, do PT. Com uma margem dessa magnitude, ficou bem claro que a sociedade brasileira, aquela que pensa e que se preocupa com destino do pais, finalmente resolveu tomar para si a responsabilidade de determinar o futuro da nação brasileira. Tamanho era o desencanto com a situação ética, moral e financeira do Brasil, que o resultado dessa eleição se mostrou muito menos apertado que o embate entre Dilma Roussef e Aécio Neves, em 2014.
O MDB, considerado o maior partido do país, e o PT, que se manteve no poder por longos 14 anos, são os grandes derrotados dessa eleição. O MDB só conseguiu eleger três governadores e o PT, apesar de ter formado a maior bancada de governadores, foi alijado do comando maior da nação e vai amargar pelo menos quatro anos de ostracismo. Na realidade, o que chama a atenção é o fato de nosso presidente eleito pertencer a um partido nanico e sair dessa eleição com a cara de partido grande.
Aos que incensaram e ainda o fazem, Luís Inácio mostrou nos anos que se passaram após deixar o Palácio do Planalto, que tem muito mais de oportunista do que de estadista. Seu primeiro grande erro foi escolher Dilma, seu primeiro poste, para sucedê-lo. Sua ganância pelo poder era tanta, que preferiu escolher uma desconhecida das urnas, pensando na sua volta quatro anos depois. O correto teria sido indicar uma cabeça pensante do partido, que na época ainda eram muitas. Com toda a certeza, a permanência do PT, no poder, estaria garantida. Dilma contrariou o chefe, disputou a reeleição, sendo cassada pouco depois. A operação Lava Jato acabou de enterrar as aspirações do partido e ainda resultou na prisão do seu chefe supremo. Seu egocentrismo pós tudo a perder.
Quanto ao MDB, o maior aproveitador pós abertura política, teve um final típico dos derrotados, principalmente, com a derrocada no Rio de Janeiro, onde o ex-prefeito da capital, Eduardo Paes, um ex-egresso do partido, mas apoiado por ele, foi batido por um iniciante. Perde, em 2018, todo o seu poderio e sua influência decisória, nos destinos do pais.
A Bolsonaro, grande vencedor das eleições, cabe uma tarefa difícil e espinhosa. Devolver a credibilidade interna e externa de um Brasil de joelhos, com uma taxa de desemprego monstruosa, com uma divida interna de fazer corar o mais empedernido caloteiro, de um histórico de corrupção dos últimos 14 anos, sem precedentes na história do Brasil, mesmo, das nações mais desenvolvidas do planeta. Terá de acabar com o compadrio que sempre prevaleceu na política brasileira, indicando para o primeiro e segundo escalões do futuro governo, técnicos competentes,
Aqui na França, a imprensa falou muito das eleições brasileiras, mas como não está vendida, falou muito mal de Luís Inácio e da corrupção por ele iniciada. Mencionou ser Bolsonaro um candidato de extrema direita, mas jamais o chamou de fascista. Que nosso país saía, finalmente, das trevas e que trilhe o caminho da boa convivência entre as pessoas e volte a ser um lugar agradável para se viver. Que os adeptos do PT aceitem a derrota e cumprimentam o novo presidente com cavalheirismo e dignidade, como até Nicolau Maduro já o fez.
![](https://acervo.avozdaserra.com.br/sites/default/files/styles/foto_do_perfil/public/colunistas/max-wolosker.jpg?itok=GIiMd77G)
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário