O aquecimento global é uma realidade

quarta-feira, 31 de julho de 2019

Apesar de muitos considerarem essa afirmação absurda, não resta a menor dúvida de que as alterações climáticas experimentadas pelo planeta Terra são uma realidade. Os danos causados pelo homem ao meio ambiente são a razão direta das alterações observadas, nesse verão, no continente europeu.

Na última quinta feira, 4, a França, um país de clima temperado, registrou temperaturas recordes, com a Defesa Civil daquele país disparando o alerta vermelho em vários de seus departamentos. Os termômetros em Paris registraram a temperatura recorde de 42,6 graus, fato que não acontecia nos últimos 200 anos e mesmo assim, não nessa magnitude. Na realidade, 20 departamentos desde o norte até Paris estraram em alerta vermelho, um número inédito, assim como 20 outros ficaram em alerta amarelo; só foram poupados aqueles da região da Bretanha e do Mediterrâneo.

Além da capital, outras cidades importantes, como Bordeaux, Lille, Tours e Vichy registraram temperaturas acima dos 40 graus. No entanto, essa onda de calor não se restringiu à França, pois desde o início do verão europeu, a Alemanha, a Bélgica, Holanda e Luxemburgo vem apresentando índices anormais de temperatura, também acima dos 40 graus, sendo que em Bonn, ex-capital da Alemanha, foi registrado um pico de 42,6 graus. Para o continente europeu conhecido por suas temperaturas amenas, isso é uma tremenda dor de cabeça.

Na realidade, o tempo endoidou de vez, pois aqui no Brasil, nosso inverno tem sido um dos mais quentes dos últimos anos, com breves momentos em que a temperatura cai abruptamente, como no sul do país e mesmo na região montanhosa do Rio de Janeiro, não poupando, também, a região Centro-Oeste. Em Itatiaia, no sul fluminense, foi registrado 8 graus negativos no Parque de Itatiaia, assim como graus, no Pico da Caledônia, aqui em Friburgo, os termômetros despencaram a menos 3 graus.

Concomitantemente ao frio, no nordeste vimos uma onda de chuvas copiosas, principalmente no Recife e Olinda, no Estado do Pernambuco. Em Campina Grande, na Paraíba, a chuva forte causou o desabamento do teto de uma agência de automóveis, danificando oito deles, felizmente sem vítimas, pois a tormenta foi de madrugada. A previsão ainda é de muita chuva para os próximos dias, em toda a faixa litorânea, indo do Rio Grande do Norte até a Bahia.

Na França, junto com as altas temperaturas foram observados níveis mais altos na concentração de ozônio, principalmente na região parisiense, mais elevados que os registrados em 2018, o que levou as autoridades daquela cidade a limitar a circulação de veículos entre terça e quinta feira passada, para não agravar os níveis de poluição, tamanha era a concentração daquela substância.

O reverso da medalha é que na última sexta feira, 26, houve uma queda abrupta da temperatura, com chuvas torrenciais e tempestades de granizo. Inclusive, a décima nona etapa do Tour de France, que se realiza nessa época, foi interrompida, prematuramente, na cidade de Val-d´Isère, pois a estrada estava completamente tomada por pedras de gelo.

No ano passado, mais de 15 mil franceses, sobretudo os mais velhos, morreram em função das altas temperaturas. Esse ano ainda não se tem notícia do número de mortos, mas as temperaturas mais elevadas de 2019 podem afetar, também, as crianças e os recém-nascidos, principalmente, porque o hábito da utilização de ar condicionado é mais comum nos países tropicais, como é o nosso caso e em toda a América do Sul.

A verdade nua e crua é que as autoridades não estão nem aí para a proteção do meio ambiente e, infelizmente, estamos chegando naquela perigosa faixa, em que nada mais poderá ser feito, a não ser assistir, passivamente, a destruição do nosso planeta. Quem sobreviver suspirará: “Ah! como a Terra era bela”.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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