Nunca o voto útil foi tão importante

terça-feira, 16 de setembro de 2014

As eleições para o próximo ocupante do palácio do Planalto se aproximam e uma certeza já temos: a de que teremos segundo turno. Tudo leva a crer que o candidato Aécio Neves teve uma pane e não conseguiu decolar, assim a polarização vai ser entre Dilma, do PT, e Marina, do PSB. A pesquisa da semana passada aponta para uma eventual vitória de Marina, deixando a atual mandatária em segundo lugar, num segundo turno.

Nós eleitores podemos ter a certeza de que o osso (a presidência) é muito saboroso, haja vista a maneira agressiva e, muitas vezes, desleal com que a atual presidenta defende sua permanência e a de seus correligionários, por mais quatro anos. Aliás, a meu ver, isso seria ótimo para o ego da Dilma, mas uma desgraça para o país, que já não aguenta mais tanta sangria desatada, tamanho o grau da corrupção instalada pelo PT e os demais partidos da base. Um escândalo sucede o outro, sempre com prejuízo das instituições outrora sérias. 

Nesse mar de lama que escorre do planalto central, os Correios e a Petrobrás, outrora instituições sólidas e com grande credibilidade popular, foram atingidas gravemente, sendo que a nossa estatal do petróleo despencou do 5º lugar entre as maiores do mundo, para uma obscura 123ª posição. Por falar em estatal, carro-chefe com que se procura atingir a candidata Marina imputando-lhe o desejo de privatizar a empresa, tenho a plena convicção que se a Petrobrás fosse desestatizada, jamais estaria na situação em que se encontra. Só um empresário muito ignorante ou com segundas intenções mataria sua galinha dos ovos de ouro. Por falar nisso, a Vale do Rio Doce, não mais estatal, agradece.

Vencer o PT vai ser uma tarefa árdua, pois como todos aqueles que são mal intencionados, seus adeptos sabem como explorar com sagacidade a deficiência de seus eleitores. Formados em sua maioria por analfabetos funcionais, esses cidadãos se valem da informação oral para fazerem uma avaliação do candidato escolhido. Palavras-chave misturadas com imagens enganosas podem produzir um efeito devastador na credibilidade dos adversários. Essa é uma prática muito comum à atual presidenta, quando tenta vender sua imagem de boa administradora. 

O Brasil nunca esteve tão mal economicamente falando, com inflação em escalada, indústria sucateada e inoperante (basta ler os indicadores econômicos) e desemprego em ascensão. Tanto isso é verdade que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s sinalizou a intenção de rebaixar a nota de investimento do Brasil. Esse fato revela que as manobras fiscais do governo Dilma "não enganam mais ninguém”, de acordo com o senador Álvaro Dias. Num de seus programas eleitorais, Dilma declarou que a inflação estava sob controle, a indústria voltaria a crescer e taxa de desemprego entraria em queda. Talvez isso seja o país virtual por ela idealizado, longe do Brasil real de hoje. Mas, o que é grave, quem não tem capacidade de ler e entender o nosso momento atual tem de se basear na informação oral, uma verdadeira propaganda enganosa.

Nossos candidatos não são nenhuma maravilha, todos com altos e baixos na vida pública, mas, como sempre, resta ao brasileiro tentar escolher o menos ruim e torcer para que ele seja bem intencionado, um bom administrador e engajado na obrigação de melhorar a qualidade de vida do cidadão, principalmente aquele que paga imposto. Aliás, se não houvesse a classe rica e a classe média, quem pagaria as contas cada vez mais salgadas do governo federal?

Você, eleitor, tem obrigação de escolher bem o seu candidato, nem que seja na base do voto útil, para que os escândalos nossos de cada dia tenham um fim. 

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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