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Nova Friburgo participa do 3° Fórum de Doenças da Tireoide
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Os endocrinologistas Carla Pecci, Maria de Lourdes e Max Wolosker participaram de 19 a 21 do corrente do 3°Fórum de Doenças da Tireoide, realizado no Hotel Sofitel Jequitimar, no Guarujá, São Paulo. Patrocinado pelo laboratório farmacêutico Abbott, foram abordados tópicos importantes inerentes à glândula tireoide, tais como hipo e hipertireoidismo, nódulos tireoidianos, câncer da tireoide e um capítulo à parte sobre as paratireoides. Aliás, para quem não a conhece, é uma glândula situada junto à tireoide e é muito importante no metabolismo do cálcio.
Apesar de contar com a participação de médicos do Brasil inteiro, o simpósio ficou restrito a um grupo seleto de endocrinologistas, numa verdadeira imersão no vasto capítulo da tireoidologia. Situada na parte anterior do pescoço, ela é, juntamente com os testículos, a glândula endócrina mais exteriorizada do nosso corpo e o seu mau funcionamento é responsável por várias complicações metabólicas importantes, que prejudicam, em muito, a qualidade de vida do ser humano.
É importante ressaltar que existe hoje uma forte tendência ao policlinismo, quando o paciente passa pelas mãos de vários especialistas antes de chegar àquele que deveria ser seu destino inicial, o verdadeiro especialista.
A abordagem correta, as filigranas inerentes ao diagnóstico e ao tratamento, são o diferencial que distingue e reforça o papel do endocrinologista. Aliás, é por isso que eles estão constantemente se reciclando, participando de simpósios, cursos e congressos. No caso específico da nossa cidade, mantém ainda um encontro, toda segunda quarta-feira de cada mês, onde os casos mais complicados são discutidos para que as condutas a serem seguidas sejam as mais corretas possíveis. Professores que se distinguem nos vários segmentos em que se dividiu a endocrinologia de hoje são também convidados a participarem, com o objetivo de melhorar o atendimento ao paciente.
O evento foi muito dinâmico, pois os palestrantes mantinham uma interação direta com a plateia, de modo que qualquer dúvida era esclarecida de imediato. A validade de tais encontros pode ser entendida na mudança de conceitos que provocam alterações importantes no tratamento. Isso fica evidente quando se fala no uso de doses terapêuticas com iodo radioativo na resolução do hipertireoidismo. Restrito, num passado recente, à escola americana, esta prática começa a ganhar adeptos no Brasil. Como em toda doença crônica, a adesão ao tratamento nem sempre é a necessária, pois o doente esquece ou simplesmente para de usar os medicamentos assim que obtém uma melhora nos seus sintomas. É bom que se diga serem necessários de 12 a 18 meses para que possamos avaliar o complexo de cura. Com o uso do iodo radioativo, esse tratamento é drasticamente encurtado, com a melhora do paciente em pouco tempo. Seu princípio baseia-se no fato de a tireoide ter necessidade desse mineral para produzir seus hormônios.
Quando se fornece ao paciente o iodo radioativo em altas doses, este metal provoca uma modificação no tecido glandular, fazendo com que ele perca sua elasticidade, fenômeno conhecido como fibrose tecidual. A glândula entra em colapso, com diminuição da produção hormonal e a consequente cura do hipertireoidismo.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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