Nova Friburgo comemorou seus 200 anos com uma festa inesquecível

terça-feira, 22 de maio de 2018

Foi emocionante, linda e gratificante a festa do bicentenário de Nova Friburgo. Como já dizia uma pessoa com quem conversei, durante o desfile, o importante era participar, aproveitar ao máximo a programação disponibilizada para a população, pois ela tinha certeza de que não estaria presente na festa do tricentenário. Dei minha contribuição, como membro da Associação Nova Friburgo-Fribourg e como participante do grupo de famílias hospedeiras, tendo acolhido, em minha casa, um casal que mora num vilarejo próximo ao Chateau de Gruyère.

Durante as festividades, escutei de um friburguense sua indignação com os possíveis protestos programados pelos insatisfeitos com a atual administração. Dizia-me ele que como cidadão aqui nascido, como amante dessa cidade, o importante era marcar presença no dia do seu aniversário, maneira que ele tinha de retribuir o orgulho e a felicidade de aqui ter nascido. Acrescentou que Friburgo não tem culpa das sucessivas más administrações que a flagelam, pois não é ela, e sim uma parcela de sua população, que as conduzem ao poder. Aliás, tenho certeza absoluta em afirmar que se o prefeito fosse Heródoto Bento de Mello, ela estaria muito mais apresentável, muito mais preparada, digna de uma senhora que completou 200 anos.

O show de abertura da semana do bicentenário, no Country Clube, aberto à população que lotou suas dependências, foi digno de um espetáculo da Broadway; de rara beleza arrancou aplausos entusiasmados da plateia e comentários empolgados da delegação de suíços que aqui esteve presente. Na realidade foi uma avant-première de um dos mais bonitos e emocionantes desfiles do dia 16 de maio, com grande presença de público seja de quem desfilou, seja de quem estava na avenida apenas para assisti-lo.

Outro fato marcante foi a participação dos mais antigos, desfilando com os uniformes que um dia tiveram o orgulho de ostentar, num agradecimento para lá de sincero pelas instituições que os formaram e fizeram deles cidadãos dignos e de boa formação. Pena, e essa é uma opinião pessoal, que a minha geração que tão bem soube aproveitar e desfrutar de tudo que a cidade pode lhes oferecer, beleza natural, tranquilidade, cultura, paz e, sobretudo, amor por sua terra natal, foi inábil em transmitir esse sentimento aos seus descendentes. Não sinto nos mais jovens, orgulho por suas origens, engajamento no futuro de Nova Friburgo.

Os nossos visitantes, ficaram impressionados com a acolhida que tiveram, não só por parte famílias hospedeiras, mas pela gentileza com que foram tratados pela população em geral. Um exemplo que presenciei, pois participei diretamente dele, se deu ao final do desfile do grupo Les Batants. Cada sino que eles carregaram, pesa em torno de 15 quilos. Estavam cansados e com sede. Sugeri que deixassem os sinos guardados no edifício garagem, próximo ao Senai. O funcionário que estava de plantão prontamente arrumou um lugar para que os nove sinos ficassem guardados em segurança.

No trajeto da Praça Dermeval Moreira até o edifício, passaram em frente ao restaurante Excalibur e me perguntaram se, depois, poderiam tomar uma gelada naquele local. O responsável não fez nenhuma objeção, arrumou um espaço para todos e ainda ofereceu como oferta da casa uma rodada de porções de torresmo e linguicinha. O meu grupo que tinha 18 pessoas foi engordando e, num determinado momento tinha mais de 40, inclusive com as autoridades suíças. Essa acolhida os deixou muito impressionados.

Um episódio curioso foi o espanto de uma pessoa que ao ver os sinos, quis saber como é que as vacas conseguiam pastar com aquele peso no pescoço. Através de um intérprete foi lhe explicado que aquele era apenas um instrumento musical e que o delas era mais leve e muito menor.  Na realidade, na Suíça a apresentação é feita com pelo menos 30 sinos, conseguindo-se um som melodioso e harmônico. Aqui só puderam vir nove componentes e o som não fica de qualidade. A exibição valeu, principalmente pela curiosidade que despertou.

Aliás, maio é um mês difícil para o europeu viajar, pois é próximo ao término do período escolar, com exames finais dos alunos, e proximidade das férias, que começam em meados de junho. O fim de ano deles, no hemisfério norte, é no final do primeiro semestre, quando se inicia o verão.

Ao finalizar, gostaria de deixar registradas duas observações. a primeira parabenizando a atual diretoria do Nova Friburgo Country Clube, na pessoa de seu presidente Roosevelt Concy, cuja conservação de seu parque externo, o mantém como um dos principais cartões de visita da cidade; os suíços ficaram encantados com o que viram. A segunda um agradecimento especial a Geraldo Thuler e Jane Rezende, incansáveis na preparação e no desenrolar da festa do bicentenário. Ele foram responsáveis diretos pelo sucesso do evento e, tenho certeza, de que os membros da Associação Nova Friburgo-Fribourg, pensam a mesma coisa. A competência dos dois foi importantíssima.

Nova Friburgo teve uma comemoração digna da sua história.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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