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Meu Peugeot, meu herói - Parte 2
terça-feira, 09 de abril de 2013
Após três dias em Caldas Novas, maior parque de águas termais da América do Sul, voltamos à estrada para a viagem de volta a Nova Friburgo. Depois da desastrada ida, onde percorremos 61 quilômetros numa estrada de terra, estávamos escaldados com o Google Maps e o site da Quatro Rodas. Consultamos, então, funcionários do hotel e de uma agência de turismo local, para decidirmos que caminho seguir. É interessante dizer que o guia Quatro Rodas impresso, mostra em seu mapa, que a GO 307 é uma estrada de terra.
Duas alternativas nos foram apresentadas, ambas indo até Uberlândia e, na primeira, seguir por Araxá, Formiga, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e na segunda pegar a BR-050 MG, ir até a rodovia Anhanguera, pegar a Dom Pedro I até a Dutra, em São José dos Campos e daí seguir pra o Rio de Janeiro. Em quilometragem a diferença é muito pequena e desconhecendo a conservação das estradas de Minas Gerais, ainda mais que estaria sempre em rodovias estaduais, já tendo rodado tanto pela Anhanguera como pela Dom Pedro I, optei pela segunda alternativa.
É preciso tirar o chapéu para o estado de São Paulo e, se eu fosse paulista, iniciaria uma campanha para separar o estado do resto do Brasil. Tanto uma como a outra rodovia são em mão única, pedageadas, com velocidade máxima permitida de 110 km por hora, o que dá aos motoristas condições de planejar a viagem, pois o tempo pode ser calculado com uma pequena margem de erro. Senti-me na Europa, rodando por uma alto estrada, com uma camada asfáltica de boa qualidade, garantia para manter o carro na velocidade máxima permitida. Completamente diferente das arapucas em que somos obrigados a transitar em nosso estado, onde mesmo as rodovias com pedágio são mal conservadas.
Como já sabíamos que não faríamos todo o percurso num único dia, optamos por dormir em São José dos Campos; mas em função da noite que caía e de faltarem ainda 120 km para a nossa pausa, resolvemos dormir no hotel Azuli, em Itatiba, pertencente a um complexo que reúne posto de serviço, restaurante, lanchonete e hotel. Valeu a pena, pois pudemos descansar num local agradável, confortável, com um bom café da manhã e uma diária razoável. Como o hotel está situado à margem da rodovia Dom Pedro I, a entrada e a saída são tranquilas, sem transtornos maiores.
No dia seguinte, uma sexta-feira, cumprimos a segunda etapa de nosso retorno, que foi tranquila salvo o temporal que desabou sobre São Paulo e nos obrigou por duas vezes a buscar abrigo em postos de serviço, tamanha era a quantidade de água a cair do céu. Pareceu-nos que São Pedro estava ensandecido e resolveu castigar a nós, simples mortais. Nesse dia, as marginais do rio Tietê transbordaram e o engarrafamento, na cidade de São Paulo, ultrapassou os 100 quilômetros.
Uma viagem dessas pode ser feita de avião, com toda a probabilidade de ter um custo mais baixo; afinal são ao todo dois mil e seiscentos quilômetros e se um carro roda em média 700 quilômetros com um tanque, se gasta pelo menos quatro tanques. Além disso, tem o custo do hotel na ida e na volta, fora as refeições durante o trajeto. No entanto, o carro tem seus atrativos, pois além de possibilitar uma maior mobilidade no destino, abre opções para trajetos alternativos, que tornam a viagem mais interessante.
No fim, com todos os problemas a viagem valeu à pena, pois Caldas Novas é uma cidade muito simpática e Rio Quente com o seu parque aquático um programa repousante e imperdível, para quem gosta de água e banho.
É preciso, mais uma vez mencionar nosso herói, pois ele se portou muito bem, além de ser econômico, já que nossa média, na estrada, foi de 16,3 km por litro.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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