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Meu Peugeot, meu herói
quarta-feira, 03 de abril de 2013
Programei passar o feriado da Páscoa em Brasília. Como viajaria na quarta-feira à tarde, abasteci meu carro na terça, 26 de março, num posto da Shell em Friburgo. Sendo um posto idôneo, jamais pensei que poderia ter problemas com o combustível, mas, para minha infelicidade, ele não era de boa qualidade e meu carro ficou estranho, tipo nauseado.
Assim mesmo, entrei na estrada, parando em Barbacena para dormir. O carro não deu problemas, sem ratear ou perder a força de arranque, mas a partir de Belo Horizonte, o painel acusou pane no mecanismo antipoluição. A agência autorizada que me vendeu o automóvel, consultada por mim, sinalizou que isso poderia ser combustível de má qualidade com o consequente entupimento dos bicos ejetores de combustível, ou a bomba de gasolina. Arrisquei continuar a viagem até a capital federal e, como tudo funcionava bem, inclusive o gasto de combustível, esqueci do problema.
Na realidade, o meu destino final era Caldas Novas, para onde partimos, no domingo de Páscoa, após o almoço. Antes de partir, consultei o Google Maps e o Guia Quatro Rodas on-line para escolher o melhor roteiro da viagem. Ate a cidade de Cristalina, na BR-040, tudo correu às mil maravilhas; viramos à direita, entramos na BR-050 (Brasília-São Paulo) e rodamos cerca de mais 17 km para acessar a GO-307. Na nossa indicação, seriam 61,4 km até Ipameri. O problema é que tanto o Google Maps quanto o Guia Quatro Rodas omitem a preciosa informação de ser essa estrada em terra batida.
Foram, confesso, os piores 60 km que dirigi na minha vida, com muita costela de Adão, muita poça d’água, às vezes profundas, e muita lama porque chovera forte momentos antes. O carro corcoveava tanto que a sinalização do painel desapareceu, como se os solavancos tivessem contribuído para limpar os bicos de injeção do motor, causa mais provável do problema de terça-feira. No entanto, meu Peugeot se portou com bravura, sofrendo todas as injurias de uma estrada mal conservada, mas conseguindo vencer aqueles malditos quilômetros sem nenhum problema. De Ipameri em diante, foram mais 51 km em estrada asfaltada e, felizmente, chegamos ao nosso destino sem maiores sustos.
Três coisas são importantes assinalar: Primeira, o carro é resistente e bom de estrada, pois não nos deu nenhum susto, fora o que já tínhamos de sobra com a estrada; segundo, os dois sites criados com o intuito de prestar auxilio aos motoristas jamais poderiam omitir a informação de que a rodovia GO-307 era de terra batida. O guia Via Michelin.fr nunca cometeria essa omissão, pois ela pode ser catastrófica para o motorista. Afinal a estrada tem muito pouco movimento e uma pane naquele local pode significar horas sem nenhum socorro. O site francês traz as seguintes informações: o roteiro mais curto, o recomendado pelo autor e o roteiro aventura, que, na realidade, foi o escolhido por mim, apesar de inadvertidamente. A terceira e última coisa fica por conta da má-fé e ganância de muitos. Um posto de gasolina, por mais idôneo que seja, nem sempre escapa de maus distribuidores de combustível. Nosso estado sofre com essa prática, e, o que é mais grave, muitas vezes essas pessoas são acobertadas pelas autoridades, garantindo-lhes a impunidade.
Para finalizar um conselho de amigo, muitas vezes esquecido por nós: evite viajar à noite, principalmente, nas estradas que você não conhece.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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