Macaé, campeão brasileiro da série C, disputa a série B em 2015

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Hoje falo sobre o Macaé Esporte Clube, clube de futebol da cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro, fundado em 17 de julho de 1990. Com apenas vinte e quatro anos de idade, o time conquistou sábado último, em Belém do Pará, o título de campeão da série C do Campeonato Brasileiro de futebol profissional. Num jogo muito bem disputado e bem jogado, para a série C, o clube praiano do norte fluminense arrancou um empate em três gols com o Paysandu e deu a volta olímpica no estádio Mangueirão. Após o empate em um gol, no estádio Moarcyzão, em Macaé, o mesmo placar levaria à disputa para os pênaltis, uma vitória ou qualquer empate diferente de um consagraria o Leão do Norte-Fluminense. Esse título o credencia a disputar, em 2015, a série B do Brasileirão, onde terá a companhia do tradicional e centenário clube de General Severiano, o Botafogo de Futebol e Regatas.

Mas nem tudo são flores para o campeão que, afundado em dívidas, cogita sua transferência para outra cidade, se o convênio com a prefeitura de Macaé não for renovado. Essa ajuda teve início no interior de São Paulo, vide o Ituano, atual campeão do estado, que recebe um bônus financeiro da prefeitura de Itu. Aliás, essa é uma prática que pode ser questionada por muitos, mas se pensarmos na propaganda que um time de futebol pode fazer para sua cidade-sede, com certeza o investimento vale a pena. Poderíamos alegar que o município de Macaé já é muito conhecido, por ser um dos maiores polos petrolíferos do país; no entanto, disputando a série B, com jogos de Norte a Sul, Leste a Oeste do Brasil, empresários de outros ramos que não o do petróleo poderão acompanhar a delegação do time e divulgar a cidade sob outro ângulo. Com certeza haverá ganhos nos âmbitos comercial e turístico. 

Enquanto isso, na terra do Cão Sentado, o clube local vai de mal a pior. Pobre Friburguense Atlético Clube, o também tricolor serrano, fundado em 14 de março de 1980, após a fusão do Fluminense Atlético Clube com o Serrano Futebol Clube. Se não fosse o importante apoio da Stam Metalúrgica, o esforço de seus jogadores, comissão técnica e diretoria seriam inúteis e o time vermelho, azul e branco não teria condições de se manter na elite do futebol do estado. Pena que, ao contrário do Macaé, suas aspirações sejam modestas, limitando-se a não cair para a segundona. Tivesse um elenco mais técnico, talvez o resultado fosse outro, pois garra é o que não falta a seus atuais jogadores.

Mas, uma cidade rica, com empresas sem dificuldades financeiras, um parque industrial em pleno desenvolvimento e um prefeito altamente focado no desenvolvimento do município não precisa de 22 pares de pernas cabeludas para divulgar a cidade. O engraçado é que Cabo Frio, já devidamente inscrita no cenário turístico nacional, adotou a Cabofriense, clube de futebol local, que atua como divulgador da bela cidade da Costa do Sol, a nível estadual e estados limítrofes. É bem verdade que o Campeonato Brasileiro de juniores, lá disputado no início do ano, levou imagens das belezas naturais de Cabo Frio para todo o Brasil. Marketing gratuito e que rende frutos. É uma questão de visão.

Parabéns ao Macaé pelo título conquistado e, se não for pedir muito, que nossos políticos pensem numa ajuda ao Friburguense, clube que mantém viva a tradição do futebol de Nova Friburgo e que tem condições de dar maiores alegrias a sua sofrida torcida. 


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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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