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Lagos de Garda e de Iseo
retornar às pressas, para o Brasil, pois seu pai estava internado no CTI do hospital São Lucas. Num senhor de 96 anos, qualquer espirro é grave, pneumonia por broncoaspiração, então, nem pensar. Infelizmente ele faleceu no domingo às dez horas da noite. Em junho, com menos de uma semana de viagem, foi a sogra que teve uma arritmia séria e quase nos deixou, foi por pouco.
Mesmo assim, nesses 40 dias conseguimos fazer passeios muito interessantes. Aqui perto de Castenedolo temos dois lagos que são dignos de um passeio mais demorado, que é o que pretendemos fazer, quando do retorno da Oneli, além das visitas que fizemos às cidades de Mantova e Cremona.
O lago de Garda é o maior da Itália, com seus 52 quilômetros de comprimento por 17,5 quilômetros de largura, e uma superfície de 370 quilômetros quadrados. Possui cinco ilhas. Três regiões italianas são banhadas por ele: a Lombardia, onde se situa Bréscia, o Veneto e o Trentin. Além disso, 17 cidades estão situadas às suas margens, a destacar a península de Sirmione, Saló e Desenzano. Aliás, Sirmione é célebre desde a antiguidade por sua esplêndida posição no coração do lago e pelos benefícios de suas águas termais. Além disso, a ponta da península que avança sobre as águas por quase 4 quilômetros, é um local muito bonito, com as chamadas “vilas” construídas na época do império romano, entre as quais a do poeta Catullo, que cantou as belezas do lugar.
Já Saló é muito apreciada pelos turistas italianos e estrangeiros, não só pela riqueza do patrimônio histórico e artístico, como também pela possibilidade da prática de esportes à vela, entre eles o windsurf. É repousante e gostoso sentar-se nos vários cafés situados em suas ruelas com vista para o lago e tomar uma “birra spina” (o chope italiano), um vinho branco ou espumante, ou provar os vários sabores dos melhores sorvetes artesanais do mundo, que são os italianos. Entre 1943 e 1945 foi a capital da República Social Italiana e o último reduto de Benito Mussolini, ditador italiano na época da segunda guerra e aliado de Hitler, antes de ser preso e enforcado. Ela tem também uma estátua dedicada a Gasparo da Salo, o inventor do violino, nascido em 1540 e morto em 1609.
Desenzano é um balneário e importante centro de esportes à vela e uma das cidades turísticas mais frequentadas do lago. Isso se deve, talvez, à facilidade de acesso, já que as estradas que chegam ao lago passam obrigatoriamente por ela. Além disso, a mistura montanhas e águas lhe confere o charme que a diferencia das outras. A Praça Malvezzi, com seus inúmeros cafés, restaurantes, boutiques e várias ruelas com uma profusão de arcadas, além de um mercado de antiguidades, vale a pena uma visita. Infelizmente, esse mercado só funciona no primeiro domingo de cada mês.
Já o lago Iseo tem características diferentes por ser menor, só oito cidades estão situadas em suas margens, mas tem em suas águas a maior ilha lacustre da Europa, a do Monte Isolda; são cinco quilômetros de extensão em uma altitude de 600 metros. Ela pode ser visitada por um serviço de barcos que partem das cidades de Sulzano, de Iseo ou de Sale Marasino; na realidade eles funcionam como meio de transporte, pois muitos residentes os utilizam para ir de uma cidade a outra. Na ilha existem duas vilas de pescadores, Pescheria Maraglio e Carzáno, que, como outras existentes no lago, guardam o bucolismo das redes de pesca secando ao longo de suas ruelas.
O lago Iseo tem uma profundidade máxima de 250 metros, com uma água pura e cristalina confirmados pela grande quantidade de peixes nele existente. Os restaurantes oferecem vários pratos feitos à base desses peixes, inclusive na localidade de Clusane, onde todo ano tem uma festa dedicada ao Tanche, um peixe carnudo e muito gostoso.
A prática de esportes aquáticos ou aéreos como o parapente e a asa-delta é comum e há muitas lojas dedicadas à venda de material para os que gostam desses esportes. Aliás, tem que se correr para o lago, pois nesse verão italiano já teve dias com 38 graus, e o que é pior, sem nenhuma brisa.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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