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Habemus papa
Terminada a eleição para prefeito de Nova Friburgo, as urnas reservaram uma surpresa, que se grata ou não, só o tempo dirá. Na polarização que se desenhava entre Rogério Cabral e Glauber Braga deu Renato Bravo, que quando jovem chegou a ser vereador da cidade, mas que construiu sua vida profissional e política na cidade do Rio de Janeiro, onde trabalhou com o atual governador em exercício do estado, Francisco Dornelles.
Ao eleger um político que está afastado do dia a dia da cidade há pelo menos 20 anos, duas elucubrações podem ser feitas. A primeira de que esgotada a paciência com o que temos hoje na política local, o eleitor foi buscar fora as soluções para se tentar colocar a cidade num rumo mais promissor. Afinal, o contato com políticos mais criativos e mais experientes pode ajudar na tentativa de se retomar a pujança anterior da cidade.
Não podemos nos esquecer, também, de que a figura do vice-prefeito, Marcelo Braune, há de ter tido influência na escolha de Renato Bravo como novo ocupante do cargo maior de Nova Friburgo.
A segunda seria o fato dessa ligação mais direta com o governo do estado, não agora em que o Rio de Janeiro está à beira da falência, mas a posteriori, possa facilitar na obtenção da ajuda técnica e financeira de que a cidade tanto precisa para voltar a ocupar o lugar que sempre teve, no antigo estado do Rio de Janeiro, se é que isso um dia será possível, principalmente, em função da conjuntura nacional.
As eleições 2016 promoveram, ainda, uma mudança importante na Câmara de Vereadores, onde se nota uma renovação bem expressiva. Se essa mudança será de mentalidade e na maneira de se vivenciar e fazer política, só o tempo dirá. No entanto, a tônica não é essa, e a tendência é apenas termos uma mudança de nomes e não de hábitos.
A operação Lava Jato está aí para corroborar o que disse acima, afinal, o que se nota é que os políticos ficaram mais cautelosos, mas a maneira de fazer política continua a mesma.
Os votos dos principais candidatos foram muito pulverizados, pois a diferença entre o primeiro colocado e seu oponente mais sério, segundo as pesquisas, foi de pouco mais de 4,5 mil votos. A diferença para o atual prefeito chegou a quase 11 mil votos, sendo Rogério Cabral o grande derrotado dessa eleição.
Esperamos que o novo prefeito assuma com a postura de realmente querer transformar a cidade, cujos problemas de saúde, transportes, educação e trânsito se acumulam entra governo sai governo, sem que os eleitores sintam alguma ação de impacto. As medidas urgentes se impõem, mas a única coisa que não se quer escutar do novo governante é a falta de verba. Ela sempre existiu, mas profissionalismo, criatividade e trabalho em prol da comunidade, talvez seja o combustível mais importante para se chegar a um bom termo.
Parabéns a Renato Bravo e que ele saiba agradecer, governando com a competência de que dele se espera, a confiança que os eleitores nele depositaram. Não deve esquecer, jamais, que eleitores ou não do prefeito, todos são cidadãos friburguenses que aqui vivem e aqui pagam seus impostos.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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