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Fluminense vira contra o Grêmio, em jogo histórico
Parodiando o grande escritor e dramaturgo Nélson Rodrigues e tricolor roxo, no último domingo, 5, em Porto Alegre-RS, o Sobrenatural de Almeida entrou em campo e mudou a história da partida. Eram jogados seis minutos quando a equipe gremista marcou seu primeiro gol; aos 13 e aos 22 minutos mais dois gols o que fazia o torcedor do Grêmio antever uma goleada histórica. De acordo com o zagueiro Matheus Ferraz, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, "a gente não esperava tomar três gols em 30 minutos. Ninguém iria esperar isso. Na verdade, ficamos assustados, deu um apagão. Mas depois nosso time não desistiu e ainda no primeiro tempo já tínhamos marcado dois gols. A virada veio no segundo tempo porque estávamos determinados a vencer", explicou o zagueiro que participou diretamente de dois gols.
Com o aparecimento inesperado do Sobrenatural de Almeida, o Fluminense conseguiu marcar dois gols, ainda no primeiro tempo e ir para o intervalo perdendo por 3 a 2. Dois gols importantíssimos, pois acordaram um time que estava à beira do nocaute e pronto para tomar mais três. Dizem os entendidos que o pior placar, no decorrer de uma partida é o de 2 a 0, pois a falsa superioridade do adversário pode ser revertida, com certa facilidade. No entanto, nunca ouvi comentários sobre uma virada, histórica, após o adversário chegar aos 3 a 0.
Não assisti ao jogo, pois como bom botafoguense, acompanhei a vitória do glorioso contra o Fortaleza, por 1 a 0, lá no estádio Nílton Santos. No entanto, a crônica esportiva foi unânime em classificar esse clássico como o melhor dessas três últimas rodadas e, talvez, entrar para a história como uma das melhores partidas do Brasileirão, dos últimos anos.
Por ironia do destino, antes do trigésimo minuto do segundo tempo o Fluminense já vencia por 4 a 0. E aí, os papéis se inverteram, pois nessa altura do jogo, dificilmente ele seria derrotado. A decepção por tomar uma virada depois de estar com folga, à frente do placar, fala mais alto. E foi exatamente isso que aconteceu, pois o Grêmio empatou aos 38 minutos do segundo tempo e tomou o quinto gol aos 46, dando números finais a uma partida verdadeiramente histórica e de encher a alma de qualquer tricolor, mesmo aqueles que não são fanáticos.
Se não assisti ao jogo, não posso comentar sobre o seu nível técnico, mas arrisco a dizer que como gols são a essência do futebol, uma partida que tem nove, ou seja, um a cada dez minutos, deve ter sido maravilhosa.
Aí, entra em cena o meu senso crítico, pois tamanha chuva de gols, um diferencial nesses joguinhos insonsos que terminam em 0 a 0 ou em um magro 1 a 0, se tivesse sido conquistado por um outro time do Rio de Janeiro, aquele de uniforme vermelho e preto, teria outro enfoque da imprensa esportiva. Um conhecido locutor da Globo só faltaria engolir o microfone ao narrar os gols; os jornais do Rio estariam noticiando tal feito em letras garrafais, como se fosse a conquista de um título; Abel, tão criticado por essa mesma imprensa e pela sua torcida, seria o melhor técnico do mundo, substituto de Tite à frente da seleção brasileira.
Parabéns à imensa torcida tricolor e ao seu técnico Fernando Diniz, que soube injetar ânimo e determinação aos seus comandados, num momento crucial da partida. Aliás, ele, assim como, Alberto Valentim, Eduardo Barroca, Renato Gaúcho e Fábio Carille despontam como novos valores no comando técnico dos times do Brasil.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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