Enviado a vários jornais

terça-feira, 14 de maio de 2013

Desde o besteirol que foi o anúncio, pela presidenta Dilma, de que o Brasil importaria médicos estrangeiros para suprir "nossa carência” no interior do país, estava para fazer um artigo sobre o tema. Esse e-mail pescado na minha caixa-postal é a expressão daquilo que eu teria escrito:

"Enviado a vários jornais

"Sr. ministro da saúde da República Bolivariana do Brasil! 

"Há uma semana a imprensa nacional anunciou que o seu governo vai contratar de 6.000 ‘médicos’ lá do museu de Fidel Castro. Inicialmente pensei tratar-se de uma piada de mau gosto, mas infelizmente, trata-se de uma verdade imoral como tudo parido por esse governo, porém real.

"Na condição de médico e cidadão brasileiro, contribuinte e pagador de seu alto salário, tenho o direito constitucional de lhe exigir uma explicação técnica para tamanha aberração. Queremos uma explicação que não envolva ideologia e muito menos incompetência ou pragmatismo. Queremos a verdade absoluta e não a verdade do valor prático em função dessa política suja, que é a tônica desse governo do qual o Sr. faz parte. Saiba que a tolerância da sociedade organizada, após ver nos atuais homens públicos tamanha falta de caráter, está próxima do limite. A falta de ética e de moral somadas à incompetência administrativa reinante no país atingiu nível intolerável. A sociedade exige respeito aos regulamentos e às leis. Nós não somos a Venezuela, não somos a Bolívia, não somos o Equador, não somos Cuba e os senhores, inclua-se aí, o desmoralizado Itamaraty não conseguirão transformar o Brasil em nenhum desses chiqueiros.

"Aproveito a oportunidade para solicitar do Conselho Federal de Medicina e dos Conselhos Regionais que comuniquem individualmente, através de mala direta, a todos os seus membros inscritos, uma posição oficial que esperamos seja de repúdio a essa imposição do Fórum de São Paulo, organização essa que tem com orador assíduo nosso venerável ministro da Justiça. Uma excrescência criada pelo exu de Garanhuns e a múmia do Caribe latino-americano.

"E agora um segredo, só para os dirigentes dos nossos órgãos de classe. Que ninguém ouça: Cuba, na miséria quase que absoluta, com uma população menor do que a da cidade de São Paulo, não produziria médicos em série a ponto de exportar em menos de dois anos um mil para a Venezuela e seis mil para o Brasil. Para refrescar a memória dos mais antigos e para os que desconhecem, segue um fato relevante no atual contexto: o Chile no governo de Salvador Allende também importou ‘médicos’ da ilha, porém eles não usavam bisturi, usavam rifles.

"Humberto de Luna Freire Filho - Médico

"Cremesp 35.196 - Cremerj 26.078

"PS - Texto livre para quem quiser repassar ou publicar desde que mantenha os créditos.”

Espera-se que os órgãos que norteiam a classe médica brasileira empunhem, de maneira veemente, a bandeira do protesto e deem uma resposta a essa excrescência gestada nas entranhas do Palácio do Alvorada. Claro está que se a remuneração paga a um médico fosse digna, não essa que aí esta, chancelada pelos sindicatos médicos, a ida para o interior seria mais atraente. Além disso, lotar o médico nos cafundós do Judas sem lhe garantir as mínimas condições para o exercício digno da profissão, não vai resolver o problema da saúde pública em nosso país.

A titulo de lembrança para os CRMs, Sindicatos Médicos e Conselho Federal de Medicina: o salário base do médico é de três salários mínimos vigentes no país, o que pouquíssimos estados e prefeituras pagam. Mas na hora de cobrarem as respectivas anuidades, lembram-se de imediato do "colega”.


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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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