Entre o bacalhau e o camambert, o primeiro levou a melhor

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Apesar de só ter ganhado um jogo no tempo normal de 90 minutos e o restante nos pênaltis ou na prorrogação, Portugal é o novo campeão europeu de seleções, ao ganhar da França no último domingo, 10, com um gol de Éder, aos quatro minutos do segundo tempo da prorrogação.

Assim, nossos descobridores finalmente inscrevem seu nome no rol das seleções campeãs, em torneios internacionais, cujos mais importantes são a Copa do Mundo, a Eurocopa e a Sul americana, tendo a Alemanha como atual campeã mundial, o Chile como campeão da Sul americana e Portugal, campeão da Eurocopa.

O Stade de France, em Paris, recebeu um público estimado de 75 mil pessoas, a maioria esperando mais uma conquista da equipe francesa, no mesmo local em que ela ganhou sua primeira Copa do Mundo, em 1998, com a vitória sobre o Brasil, na final, por 3 a 0.  Mas, é exatamente o imponderável que torna o futebol um jogo apaixonante, com o imprevisível sempre à espreita, pregando peças a todo o momento, nos mais entendidos.

Continuo achando a Alemanha a melhor seleção europeia, mesmo que tenha perdido para os Bleus, como a França é conhecida, pelo placar de 2 a 0, numa das semifinais. Na outra, Portugal venceu o País de Gales, também por 2 a 0 , e esta foi a única vitória portuguesa no tempo normal de jogo. Diga-se de passagem, que a França venceu cinco jogos, empatou um e perdeu a final, na prorrogação.

Para se ter uma ideia da imprevisibilidade do futebol, a seleção portuguesa foi a terceira colocada no seu grupo, e a sua classificação à etapa seguinte, se deveu apenas por ter sido uma das terceiras colocadas com melhor desempenho. As outras duas foram a Eslováquia e a Irlanda.

Mas, se por um lado faltou melhor qualidade técnica aos portugueses, por outro sobrou garra e determinação, principalmente de seu astro maior, o camisa sete Cristiano Ronaldo, que figura entre os melhores jogadores do mundo, na atualidade.

Vítima de uma entrada desleal de Payet, decorridos sete minutos de jogo, Ronaldo teve de ser substituído e devera ficar afastado dos campos por até quatro semanas, em função da gravidade de sua lesão. No entanto, sua contribuição extra campo, como um verdadeiro auxiliar do técnico Fernando Manuel, foi muito importante, pois como melhor jogador de Portugal na atualidade, sua presença e sua confiança na vitória, foi o estímulo a mais para a conquista inédita da seleção portuguesa.

Parodiando a famosa frase “botou água no chope”, ao botar água no vinho francês, a equipe lusitana fez explodir de alegria os patrícios da santa terrinha e os daqueles espalhados por todos os recantos do mundo, pois Portugal encontra-se entre aqueles que mais contribuem com a mão de obra estrangeira em outros países. Se bobear, tem trabalhador português até em Marte.

A França ficou devendo essa aos seus aficionados torcedores e se inscreveu, aliás, foi o mesmo que aconteceu com Portugal em 2004, entre os países sede da competição a serem derrotados na grande final.

Parabém aos lusitanos por essa inédita conquista, merecida para um país que sempre teve jogadores de muito bom nível técnico, inscritos na galeria de melhores do mundo, mas que sempre morria na praia. Agora podem soltar a voz e gritar, finalmente somos campeões.

Devemos lembrar que antes de Cristiano Ronaldo, tiveram Eusébio, Mário Coluna, Vítor Baia, Antônio Jesus e Figo como grandes jogadores produzidos em terras lusitanas.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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