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Eleição é coisa séria, vote com consciência
O mês de março já está na metade, o início da campanha eleitoral se aproxima a passos largos e a primeira eleição pós-catástrofe nos leva, sem a menor dúvida, a repensar o futuro da nossa cidade, o nosso amanhã. Teremos eleições para governadores, prefeitos, deputados estaduais e federais e vereadores e todo cuidado é pouco, pois, numa democracia, o voto é o diferencial no progresso ou estagnação de uma sociedade.
Nova Friburgo é um exemplo marcante do despreparo de nossos políticos. Sem a tragédia de janeiro, Dermeval teria levado seu mandato até o fim, seria mais um na imensa lista de ex-mandatários da cidade, talvez concorrendo ou não à reeleição. Quis o destino que a história fosse outra e com seu afastamento por suspeita de improbidade administrativa, um terceiro substituto foi entronizado na chefia do governo para tentar colocar ordem na casa. Por outro lado nossos vereadores assumiram seus mandatos com a árdua missão de gerenciamento do executivo, que ficou mais espinhosa depois do 11 de janeiro.
Basta uma caminhada pelas ruas de Nova Friburgo, nos locais atingidos pelas chuvas para termos consciência de que falharam fragorosamente. A começar pelos nossos edis que eleitos com a missão de serem porta-vozes dos seus eleitores, pouco ou nada fizeram pela recuperação rápida da cidade; os sucessores de Heródoto deixaram muito a desejar como gestores dessa mesma sociedade. Ruas esburacadas, bueiros entupidos, encostas ameaçadas de desmoronamento; a saúde um caos, a educação idem, famílias sem receber o auxílio moradia, ao qual têm direito, proprietários obrigados a pagarem aluguel, pois suas casas permanecem em áreas de risco ou interditadas pela Defesa Civil. E o que é pior, sem perspectivas a longo prazo, ainda correm o risco de perderem seus imóveis por causa das invasões.
A partir de julho começa a campanha eleitoral e nossos bravos candidatos utilizando-se dos velhos truques do passado, prometerão mundos e fundos em busca dos sufrágios que lhes garantirão quatro anos de tranquilidade e segurança. Como um perverso “vale a pena ver de novo” saberemos que sobre a batuta do novo prefeito, acolitado pelos novos vereadores, Nova Friburgo será um oásis com seus problemas de saúde, educação, segurança e infraestrutura equacionados.
E é aqui que esta o X da questão, quando a sociedade terá papel fundamental na volta por cima que todos nós desejamos, pois afinal é em Nova Friburgo que vivemos, criamos nossos filhos e, talvez, daremos nosso último suspiro. Como eleitores conscientes e preparados que somos temos a obrigação de separar o joio do trigo, os oportunistas daqueles com vontade de trabalhar em prol da recuperação da cidade, do orgulho de ser friburguense. Procure conhecer o trabalho de cada candidato, antes e depois de se tornar um homem público, e desconfie daqueles cuja profissão é ser político. Filtre suas promessas, pois a grande maioria é inexequível, afinal o nosso orçamento não dá margem a grandes sonhos; informe-se sobre a dignidade e a moral de cada um, pois precisamos de pessoas de bem e não de picaretas, nesse momento delicado pelo qual passamos. Tenha em mente que você é o fator mais importante de uma eleição e que o seu voto é o grande diferencial desse processo. Saiba que apesar dele ser obrigatório, anulá-lo é um recurso válido e democrático. Se você não estiver convencido das verdadeiras intenções dos candidatos, se eles não o convencerem, não hesite em recusar seu voto. É hora de abandonarmos o velho chavão de que escolheremos o “menos ruim”; ou o candidato é bom ou não presta. Como diz o ditado popular, de boas intenções o inferno está cheio. Lembre-se ser fundamental para Nova Friburgo ter um bom prefeito e vereadores de qualidade, além de pelo menos um deputado federal e um estadual que trabalhem pelo município.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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