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Duas datas a comemorar
Ontem, 7, o jornal A Voz da Serra completou 70 anos de existência, uma data significativa para um jornal de cidade de interior. Quantas outras publicações surgiram, em Nova Friburgo, ao longo desses anos e tiveram vida efêmera ou faltou fôlego para suportar a longevidade? Fundado em 7 de abril de 1945, é considerado o segundo jornal mais antigo em atividade no interior estado. Ele só perde para o Tribuna de Petrópolis, de 1902.
Durante trinta anos, desde 1973, o jornal esteve sob a batuta do saudoso Laercio Ventura, que assumiu a direção de A Voz da Serra após o falecimento de Américo Ventura Filho, seu pai. Infelizmente, quis o destino que em fevereiro de 2013 Laercio nos deixasse e, como era natural de se esperar, em se tratando de uma empresa de família, a direção do jornal ficou nas mãos de Adriana Ventura, filha de Laercio, mantendo viva a saga iniciada por seu avô.
O jornal, como toda mídia que se preza, sofreu alterações ao longo desses anos, passando de semanário para ser impresso três vezes por semana, até chegar aos dias de hoje, em que é publicado de terça a sábado, com uma tiragem diária de dez mil exemplares. Esse número poderia ser maior, não fosse a sua característica de jornal familiar. O que se quer dizer com isso é que uma pessoa compra um exemplar e vários membros da família o leem. Se isso é bom ou não, não é o que importa, o certo é que numa casa de Friburgo sempre tem um exemplar de A Voz da Serra. E isso é ótimo.
Dois mil e quinze é também uma data importante para mim, uma vez que comemoro dez anos como colunista do jornal. Nessa década que passou, vesti a camisa do jornal e tentei contribuir para A Voz da Serra continuar sua trajetória na história da mídia friburguense. E se por um lado ele cresceu e se tornou o principal representante da cidade, no que se refere à mídia escrita, também sinto que progredi como jornalista.
Foi em 2005, como aluno de Comunicação Social da Universidade Cândido Mendes, que procurei Laercio Ventura e pedi que me aceitasse como estagiário do jornal, uma exigência da faculdade, para que pudesse colar grau. Nessa época, Laercio era meu paciente de consultório e, não sei se por isso ou por sua característica maior de ter dado a mão a muitos profissionais da comunicação, me aceitou prontamente. Hoje acredito piamente na segunda possibilidade, pois uma das características de Laercio era a de estender a mão para os iniciantes.
Em 2007 meu curso de Jornalismo chegava ao fim, passei de estagiário para a condição de colaborador do jornal, onde permaneço até hoje, sempre com uma prece de agradecimento para aquele que tanto contribuiu para o meu crescimento como jornalista e fazendo o meu possível para ajudar manter viva a trajetória do jornal, um dos objetivos de vida de Laercio Ventura, pois A Voz da Serra era Laercio e Laercio era A Voz da Serra.
Meus parabéns aos funcionários e colaboradores de A Voz da Serra pelos seus 70 anos bem vividos.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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