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Desidratação
As estações quentes, primavera e verão, estão batendo a nossa porta e, sobretudo, no hemisfério sul, onde as temperaturas são mais elevadas e o sol mais forte, homens, mulheres e crianças têm de estar preparados para uma ocorrência muito comum nessa época.
Trata-se da desidratação, um fenômeno que pode ocorrer em função das altas temperaturas com o consequente aumento da sudorese, além de outras perdas intensas de líquidos como a febre alta, os vômitos e as diarreias, ou da baixa ingestão de líquidos.
O nosso organismo é composto, em média, de 60% de água e a chamada desidratação, ou seja, a diminuição desse volume ocorre quando essa quantidade de líquidos diminui; sua gravidade é proporcional à quantidade perdida.
Todo ser humano pode ter uma desidratação, mas são as crianças e os mais idosos os segmentos mais atingidos. Aliás, elas são especialmente vulneráveis por causa do baixo peso corporal e da alta rotatividade de águas e eletrólitos (designação médico/científica para os sais, especificamente, os íons).
O termo eletrólito significa que este íon é carregado eletricamente). Elas também são o grupo mais propenso a ter febre, diarreia e vômitos. Já nos idosos o fenômeno se dá em função da menor capacidade do organismo em reter água, de um mau funcionamento do centro da sede que só é acionado quando o organismo perde mais líquido do que o habitual e uma menor capacidade de responder às mudanças de temperatura.
Podemos classificá-la em leve, moderada e severa. Na leve e moderada os sintomas mais comuns são boca seca e pegajosa, sonolência ou cansaço, sede, diminuição da urina, diminuição da quantidade de lágrimas ao chorar, pele seca, dor de cabeça, tonteiras e prisão de ventre.
Já a forma severa pode causar sede intensa, sonolência, irritabilidade e confusão, boca e membranas ressecadas e pele com perda da elasticidade, diminuição acentuada da urina, olhos fundos, hipotensão arterial, taquicardia, respiração rápida, febre e fontanelas afundadas em bebês; nos casos mais graves pode haver perda da consciência.
É bom ter em mente que a sede nem sempre é um indicador confiável da necessidade do corpo por água, especialmente em crianças e idosos. O melhor indicador é a cor da urina: clara ou de cor clara significa que o corpo está bem hidratado, enquanto uma cor amarela ou âmbar escuro geralmente são sinais de desidratação.
É preocupante o número elevado de pessoas que não bebem líquidos, pois passam a ser portadores de uma desidratação crônica, embora de caráter leve, mas que pode se agravar rapidamente caso surja uma condição ambiental ou médica que leve a uma acentuada perda de água.
O mais importante quando os sintomas aparecem, é a reposição de líquidos e eletrólitos. Nos casos mais leves, a ingestão de líquidos ou soluções isotônicas é o mais indicado; aliás, na falta de soluções isotônicas encha um copo de 200 ml com água e misture uma colher das de chá rasa com sal. Forneça ao paciente uma colher de sopa de 20 em 20 minutos. Às vezes, dois copos são suficientes para uma boa reidratação.
Além disso, no caso de calor excessivo colocar roupas leves e acionar o ar condicionado; na falta desse use um borrifador de água ou passe na superfície corporal uma toalha úmida, várias vezes seguidas, até baixar a temperatura corporal.
No caso da perda severa de líquidos, a internação é a medida mais adequada quando se procederá a uma hidratação venosa e ao tratamento medicamentoso ou cirúrgico das causas que levaram à desidratação.
Portanto, com a proximidade do verão não deixe de beber líquidos aos primeiros sintomas de sede, evite ambientes quentes e fechados, use roupas leves e tenha muito cuidado com os alimentos que ingerir. Lembre-se sempre de que comida mal conservada leva, na maioria das vezes, a quadros de diarreia e vômitos, causadores ou agravantes de uma desidratação.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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