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Carta aberta ao presidente do Brasil
Exmo. Sr. Jair Messias Bolsonaro, não fui seu eleitor por uma questão de logística, uma vez que estava fora do país quando das eleições presidenciais. Mas, desde o início, abracei sua candidatura e fui um dos que se colocou na trincheira para defendê-lo e tornar realidade uma mudança na bolorenta política brasileira. Foi assim que um candidato com parcos recursos financeiros, se comparados aos mamutes PSDB, PT e PMDB, conseguiu subverter a ordem e sair vitorioso das eleições de outubro de 2018. Aliás, isso incomodou em muito esses políticos venais, que temos em abundância, pois o dinheiro até pode tudo comprar, mas chega um momento que a consciência das pessoas fala mais alto. A falácia dos de má índole cai por terra e sobressai a máxima de que há um limite para tudo.
O senhor tem pouco mais de 60 dias de empossado e não se passa um dia sem que seus inimigos, pois já não os encaro como adversários, não o ataquem. Por isso, transcrevo um trecho de um artigo que recebi, de autor desconhecido, que mostra o quanto tudo isso é desconfortável: “Já sobrevivi a oito eleições presidenciais, antes dessa que elegeu Bolsonaro. Em toda a minha vida, nunca vi ou ouvi falar de um presidente sendo examinado sobre cada palavra que fala, humilhado pela mídia até a desgraça, caluniado, ridicularizado, insultado, ameaçado de morte; sem falar na tentativa de denegrir a imagem da primeira dama e ter seus filhos, também, insultados e humilhados. Estou verdadeiramente envergonhado com a mídia do meu país; tenho vergonha dos insuportáveis inimigos de Bolsonaro, que não têm ética, valores ou moral. Tenho vergonha da irresponsabilidade dos repórteres ao acharem-se no direito de opinar pessoalmente, apenas para influenciar suas audiências em uma direção negativa, mesmo que não sejam verdadeiras...” .
O Brasil dos últimos 25 anos passou pelas mãos de Fernando Henrique Cardoso, um lobo na pele de carneiro, por Luís Inácio e Dilma Rousseff, duas hienas sem disfarce. Abro aspas para citar o melhor deles todos, responsável pelo plano Real, e que após sua morte foi relegado ao ostracismo, Itamar Franco. Nenhum deles, no início de seus respectivos mandatos foi tão aviltado como o senhor; mas, verdade seja dita, nenhum durante a campanha eleitoral ameaçou o status quo vigente, como o fez nosso atual presidente. Diga-se de passagem, que seu discurso, muito provavelmente, vai cair no esquecimento, uma vez que o ranço, a falta de pudor, de patriotismo desses congressistas atuais, suplanta a falta de vergonha do mais empedernido dos pilantras. Veja bem, presidente Bolsonaro, o dito centrão condiciona a sua participação na escolha dos componentes da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) à indicação de apadrinhados para cargos de segundo e terceiro escalões e à liberação de verbas para obras em suas bases eleitorais. Diga-se de passagem, que se a sua postagem carnavalesca fosse substituída pela imposição desses sujeitos, o efeito pornográfico teria sido muito maior. Ou seja, se não se voltar à política bolorenta de antão, a reforma da Previdência será muito mais difícil. Mas, seus adversários já caíram como abutres em cima da carniça, ao ouvirem que o pleito desses congressistas seria atendido.
Para finalizar fica aqui um conselho de quem é jornalista formado, não apadrinhado pelos decretos do STF, que cassou a obrigatoriedade do diploma de jornalista, para exercer a profissão. Quando o senhor for entrevistado ao vivo ou em gravação não fale, jamais, pausadamente muito pelo contrário, fale o mais rápido que puder, tipo uma metralhadora giratória. Com esse subterfúgio evita-se o nefasto poder das mesas de edição, capazes de deturpar completamente a fala do entrevistado. Ou faça como o “impoluto” Delfim Neto, que nunca concedeu entrevista ao vivo. Todas passaram pelo crivo de seus assessores, antes de irem ao ar.
Que ao final do seu mandato consigamos calar a boca de seus inimigos e que o Brasil possa ter um AB e DB (antes de Bolsonaro e depois de Bolsonaro).
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Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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