Carta aberta à presidente Dilma

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Espero que o seu Natal, apesar de comunistas não terem religião e não comemorarem a festa magna da cristandade, tenha sido muito bom, com muita alegria (parentes e correligionários são só sorrisos), saúde e paz de espírito para deitar a cabeça no travesseiro e conseguir dormir um sono tranquilo. Ele é o prêmio das pessoas bem resolvidas e em dia com a própria consciência.

Na realidade eu não acredito que você consiga dormir o sono dos justos, depois de tanta ignomínia perpetrada contra o Brasil e seus cidadãos de conduta moral elevada, honestos e, acima de tudo, éticos. Você é um engodo e se os seus 53 milhões de eleitores não votassem com o estômago ou sob o estigma dos aproveitadores, duvido que tivesse conseguido se reeleger. Ora, uma presidente que tem como guru um político da pior espécie, como o é Luís Inácio, um simplório astuto e maquiavélico, que apesar de semianalfabeto chegou à presidência da república de um país chamado Brasil, não tem respaldo para ser chefe de estado.

Adepta de um partido corrupto, composto na sua essência por indivíduos que assaltaram bancos (vide o passado de uma grande parte de seus membros inclusive o seu), aproveitadores e agitadores (José Dirceu, Genoíno, Lula, Vladimir Palmeira, Marighela, Stuart Angel entre outros) não se poderia esperar coisa melhor para um país que tinha tudo para ser grande e continua sendo risível e achincalhado no cenário internacional. Na realidade, tenho vergonha, uma vergonha imensa de ser brasileiro. Digo mais, não foi esse o país que sonhei para meus filhos e meus netos.

O seu primeiro mandato foi uma catástrofe, continuação do aparelhamento do estado brasileiro desde o primeiro mandato de Luís Inácio, acrescido da obediência cega aos desígnios desse aproveitador. Ele ascendeu rápido da classe remediada para a classe média rica, tendo como alavancador desse sucesso somente o fato de ser líder sindical e político. Segundo meu filho mais novo, Lula é a prova viva de que estudar, no Brasil, é pura perda de tempo. Você conseguiu levar o país a um dos maiores desastres econômicos que se tem notícia no mundo moderno, apesar de ter todas as condições para se transformar numa potência. Por falar nisso, o mensalão do seu guru é café pequeno diante dos estragos do Petrolão, do seu governo.

Numa campanha eleitoral mais suja do que pau de galinheiro, onde você mentiu, enganou e trapaceou descaradamente, você conseguiu ser reeleita. No entanto, no pós-eleição, assumiu tudo aquilo que disse ser a postura de seu adversário e que usou para desacreditar seus opositores. Você escolheu um ministro da fazenda que faz da ortodoxia sua meta, admite abrir o capital da Caixa Econômica ao setor privado, vai impor restrições ao Bolsa Família, pois se não o fizer ele se tornará inviável e num passe de mágica escolheu ministros que são verdadeiras aberrações.

O seu ministro da educação é uma piada. Uma de suas primeiras declarações foi afirmar que professor deveria trabalhar por amor, sacerdócio e que se queria ficar rico, deveria abandonar o magistério. Aliás, político também, pois para ter a honra de representar o povo, o certo seria não receber um tostão; haveria uma economia brutal, além de acabar com os políticos profissionais. Enquanto se dão um aumento de 26 por cento, um escárnio, professores e outros funcionários públicos quando conseguem míseros 6 por cento chamam Nosso Senhor de compadre. 

O seu ministro dos esportes, campeão em cuspe à distância e no jogo da purrinha, é aquele que foi preso transportando 600 mil reais, num avião fretado. Edificante. O ex do esporte, agora na ciência, tecnologia e inovação, dispensa comentários, tendo como credencial maior ser da cota do partido comunista e autor de um projeto de 1994, no mínimo esdrúxulo, que "proíbe a adoção, pelos órgãos públicos, de inovação tecnológica poupadora de mão de  obra”. Katia Abreu, da Agricultura, está sendo investigada por fraude. Pior não poderia ser. 

De acordo com o ditado popular, cada povo tem o governo que merece. Mas o Brasil não merecia tanta podridão.

O que espero de todo o coração em 2015 é que políticos da sua estirpe não atrapalhem e permitam que o Brasil consiga se libertar das maléficas influências. Difícil, mas não impossível.


TAGS:

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.