Câncer de pele é uma preocupação no verão

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

No verão, a exposição aos raios solares se intensifica, principalmente entre aqueles que querem um bronzeado, e o risco de câncer de pele se torna maior. Os dermatologistas alertam para o perigo dos raios ultravioletas. Eles se intensificam após as 10 horas da manhã e cobram uma proteção adequada, sobretudo naquelas pessoas de pele muito clara, que são as mais afetadas. 
O melanoma no início tem a forma de um pequeno sinal na pele (nevus), sendo plano, de cor marrom ou castanha, bem diferente da sarda. É comum que ele mude de coloração, assim como de tamanho, durante a sua evolução. Por isso é importante monitorar as manchas escuras que apresentem crescimento. Isso porque a maior parte dos nevus é benigna, mas aqueles com as características descritas acima são suspeitos.
 A dermatologista Solange Gonçalves Freitas enfatiza que um sinal marrom ou castanho é geralmente é uma pinta e esta é muito mais comum que o melanoma. No entanto, quando existir dúvida sobre a origem da lesão, o melhor é fazer uma dermatoscopia, onde se utiliza um aparelho que aumenta a área a ser examinada de dez a quarenta vezes. 
Nos homens ele aparece com maior frequência nas costas, cabeça e pescoço, e nas mulheres, na parte posterior das pernas e nos braços. No entanto, não têm um local determinado, pois nas pessoas de pele escura, embora seja mais raro, costuma afetar preferencialmente a palma das mãos, a planta dos pés e embaixo das unhas. 
A medicina não descobriu ainda os fatores responsáveis pelo aparecimento do melanoma, mas é certo, como já foi dito, que a exposição excessiva ao sol (entre as 10 e as 16 horas) tenha papel importante no seu desenvolvimento. Acredita-se que as queimaduras de sol que produzam bolhas, principalmente na infância, sejam um fator desencadeante.
Esse tipo de câncer pode surgir em qualquer pessoa, mas aqueles que têm a pele mais clara e são mais sensíveis ao sol correm maior risco. O mesmo pode-se dizer dos portadores de sardas, os cabelos ruivos ou louros e os olhos claros. Outro fator de risco é a presença do melanoma em parentes próximos ou naqueles que têm mais de 50 sinais acastanhados, ou sinais de forma e coloração pouco comum sobre a pele. As pessoas que apresentam um ou mais desses sinais de risco devem obrigatoriamente consultar um dermatologista. Esse simples gesto pode salvar uma vida.
Segundo a Dra. Solange, assim que a doença é confirmada, a lesão deve ser retirada de imediato. Não existe um prazo determinado entre o diagnóstico e o aparecimento de metástases. No entanto, quanto mais agressivo é o melanoma, mais cedo elas aparecem. Ainda segundo a médica, eles variam desde o melanoma “in situ”, até o de grau IV, que acomete as camadas mais profundas da pele, os mais perigosos.
Nas últimas décadas, a incidência aumentou em vários países do mundo, tanto nos desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento. No Brasil, além do crescimento, há também aumento da mortalidade. No Rio Grande do Sul, por exemplo, dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) mostram que nos últimos 20 anos, eles triplicaram nas mulheres e quase dobraram nos homens. 
Quando essas lesões são detectadas em sua fase inicial, o prognóstico é bom. Aliás, esse foi o fator determinante, nos últimos anos, da grande melhora na sobrevida desses pacientes. O tratamento é cirúrgico, sendo a quimioterapia e a radioterapia reservadas para os casos de metástases.
A principal forma de prevenção do melanoma é a fotoproteção. Para a dermatologista, isso pode ser feito através do uso diário dos filtros solares e evitando-se a exposição aos raios do sol nos horários mais prejudiciais. O autoexame também é importante, pois além da observação atenta das pintas, deve-se verificar se houve mudança na cor, no tamanho ou no aparecimento de coceira ou sangramento sobre uma delas. Se isso ocorrer, o melhor mesmo é consultar um especialista.

TAGS:

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.