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Canarinhos ficam engasgados com queijo suíço
Pouco acostumados com as delícias da escola suíça de queijos, nossos bravos jogadores não passaram, em seu jogo de estreia contra a equipe helvética, de um empate em 1 a 1. Se mantivessem o ritmo e o toque de bola dos primeiros 20 minutos do jogo, com certeza o resultado seria outro. Mas, bastou um gol 19 minutos após o início da partida, para que a seleção brasileira calçasse seus surrados sapatos de salto altos e achasse que a parada já estava ganha. Esqueceram que a Suíça, nas eliminatórias para a Copa da Rússia, teve 90% de aproveitamento, só perdendo o último jogo para Portugal; aliás, tem umas das defesas mais sólidas entre as seleções europeias que disputam a atual Copa do Mundo.
Mas, ao contrário da seleção da Islândia contra a Argentina, ao montar um ferrolho quase intransponível, a equipe helvética gostou do jogo e criou várias oportunidades de gol, assustando a também sólida, defesa brasileira. Talvez o nervosismo de uma estreia ou os dois erros clamorosos, um empurrão e um pênalti não marcados a favor do Brasil, possam explicar esse início vacilante da seleção brasileira, mas nada justifica esse empate, dada a disparidade no histórico e na “qualidade” do plantel das duas seleções.
Terminada a primeira rodada do grupo E, a Sérvia lidera com três pontos após sua vitória contra a equipe da Costa Rica por 1 a 0, seguida de Brasil e Suíça em segundo lugar, com um ponto ganho. Nesse grupo, se os sérvios derrotarem os suíços, na próxima sexta feira, eles serão a primeira seleção a passar para a próxima fase, desse grupo, deixando a disputa acirrada entre os demais.
Uma coisa que me chamou a atenção, nesses primeiros dias de Copa do Mundo foi o progresso exibido por determinados países, sem tradição no futebol mundial. Assim, Egito, México, Austrália, Islândia e Tunísia estrearam dando trabalho a seus adversários seja empatando seja com derrota magra, isto é, no máximo com um gol de diferença. Para mim, Portugal e Espanha, mesmo com um empate em três gols, proporcionaram, até agora, o melhor e mais emocionante jogo dessa 21ª edição da Copa do Mundo.
Rússia 2018 está apenas no início, sendo que o grupo H só começou sua participação ontem, 19. Muitas surpresas ainda estão por vir e muita água ainda vai rolar antes que sejam conhecidas as 16 seleções que estarão nas oitavas de final. Acho que uma competição com 32 seleções é demais, apenas um arranjo da dona Fifa (Federação Internacional de Futebol), visando um maior faturamento e votos na eleição de seu presidente. Imaginem a Copa de 2026, quando serão 48 o número de países classificados para o mundial a ser realizado conjuntamente entre Estados Unidos, Canadá e México?
Muitos se perguntam por que o árbitro mexicano que apitou Brasil x Suíça não recorreu ao “árbitro de vídeo”, nos dois lances capitais, um empurrão no defensor brasileiro no empate da equipe helvética e no pênalti sofrido por Gabriel Jesus, quando o jogo já estava empatado. Talvez a explicação esteja na desastrada atuação do presidente da CBF, durante a escolha dos países sede da Copa de 2026.
Pensando se tratar de uma eleição com voto secreto, nosso presidente trapalhão votou no Marrocos, o outro candidato a país sede. Isso causou tremendo mal estar, pois os países das Américas tinham fechado questão quanto à escolha dos três países da América do Norte. Vai daí que em sendo o juiz de Brasil x Suíça um mexicano, talvez tenha criado uma nova fórmula da “vingança de Montezuma”. Na realidade, esse nome se deve a problemas intestinais que acomete muitos estrangeiros ao degustarem a culinária mexicana.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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