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Bergamo, cidade medieval próxima a Milão
O calor continua insuportável e soube, por um casal de amigos, que aqui em Chambéry, na França, onde vim passar o fim de semana, a temperatura, na segunda-feira, chegou a 45 graus. Na realidade, juntei a fome com a vontade de comer, pois além de visitar os amigos que fizemos em 2011 e 2013, vou tentar instalar um novo programa no meu computador de 10,5 polegadas. Como está com o Windows francês XP Professional, que foi desativado, preciso saber se o Windows 8.1 pode substituí-lo e, caso positivo, instalá-lo. No Brasil isso é impossível, pois utilizamos o programa em português e esse não pode ser instalado no meu PC porque meu teclado não segue o padrão americano, sendo adaptado ao idioma francês.
Fiz um trajeto diferente, pois queria desde há muito conhecer o túnel do Mont Blanc que liga a cidade francesa de Chamonix a Courmayeur na Itália. Foi aberto à circulação em julho de 1965 e tem 11,6 quilômetros de extensão, numa única galeria no sistema de mão dupla. Valeu a pena, pois o visual do lugar é de encher os olhos.
Antes, porém, fui conhecer Bergamo (Bergamè em italiano) há 51 quilômetros de Castenedolo, onde estou morando. É uma cidade com cerca de 120.000 habitantes, capital da província de Bergamo e situada na Lombardia, na planície do rio Pô. Em população é a quarta cidade dessa região e fica a 50 quilômetros de Milão.
Ela é dividida em duas partes, a cidade alta, originária da idade média, e a cidade baixa, seu centro econômico e administrativo. Como muitas cidades da sua época, a parte alta é cercada por uma muralha de cinco quilômetros de extensão, com a pretensão de torná-la intransponível aos invasores. O acesso era através de quatro portas, normalmente situadas nos quatro pontos cardinais. A sua construção teve início em 1561. Juntamente com Ferrara, Lucques e Grosseto, ela é uma das quatro cidades italianas a conseguir manter a integridade dessas muralhas por séculos.
Entre os vários pontos turísticos da cidade vale a pena uma visita à Basílica de Santa Maria Maggiore, cujo interior é muito bonito, com vitrais multicoloridos e pinturas por toda a sua abóbada, além de uma imensa tapeçaria policrômica, com a representação de várias cenas bíblicas. Ela abriga ainda o túmulo do músico Gaetano Donizetti, compositor de óperas, nascido na cidade em 27 de novembro de 1797 e falecido em 8 de abril de 1848. Chama a atenção ainda o imponente confessionário em estilo barroco.
É muito interessante também uma visita às escavações do antigo fórum, assim como à capela da Santa Cruz em formato cilíndrico. Próximo a ela está a via Arena, uma das ruas mais antigas do local, aliás, esse nome se deve à presença de um anfiteatro romano situado nas proximidades. Para quem tem tempo, existe uma área arborizada e ajardinada muito grande, de onde se tem uma vista da cidade e de suas várias torres de igrejas e do casario antigo. Em dias de calor forte é um lugar agradável para um pequeno descanso.
Outra curiosidade é a presença da Torre Cívica ou do grande sino que ainda soa as cem badaladas, todas as noites às 22 horas, anunciando o fechamento dos portões.
Na antiga praça pública existe um funicular que liga a parte alta à parte baixa de Bergamo; ali se encontra também o Bar Funicular, com vista panorâmica e onde se pode beber um chope (birra spina) bem geladinho.
Por ser a sede de uma das religiões mais conhecidas do mundo ocidental e cuja presença está intimamente ligada a sua história, haja igreja na Itália. Seu número nem por sombras retrata a religiosidade do país, pois creio ser idêntica a de outros países que professam religião católica, no entanto, elas são muito bonitas, num estilo totalmente diferente das coirmãs francesas, da mesma época.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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