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Balanço de uma viagem
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Já em contagem regressiva para voltar ao Brasil, com as festas de final de ano batendo às nossas portas, escrevo aquele que será o último artigo do ano, pois vou dar um descanso aos meus leitores nas próximas duas semanas.
Passamos quatro meses na Europa, a maioria deles na França, com incursões pela Alemanha, Itália, Polônia e Suíça, quase sempre de carro, pois apesar de serem países diferentes, as distâncias são curtas e as estradas de primeiro mundo mesmo. Sinto calafrios só de pensar que logo na chegada teremos de pegar a RJ-116, com todos os problemas que uma rodovia com pedágio não deveria ter. Aliás, 150 quilômetros, na maioria das estradas europeias, se fazem em uma hora e meia.
Nesses anos todos que viajo sempre fiz leasing com a Peugeot Open Europe, de Paris, representada no Brasil pela Qualitours Cruises & Tours, de São Paulo. Mesmo assim todo cuidado é pouco. A firma francesa sabia que eu ficaria na Europa de setembro a janeiro e, em consequência, já teria neve a partir do final de outubro princípio de novembro. Ainda alertei à representante brasileira que queria o carro com pneus de neve, um pneu especial como o era antigamente os pneus lameiros, que dá mais estabilidade e garantia em caso de nevasca nas estradas. Recebi um carro com pneus de verão, o que só descobri mais tarde, e quando reclamei me disseram que eu deveria comprar o jogo daqueles especiais, e teria de devolver o veículo com os originais. Portanto, um alerta: ao receber o automóvel, faça uma inspeção mais detalhada e, no meu caso específico, procure outras firmas que prestem o mesmo serviço. Afinal, são mais de 15 anos de fidelidade que não deveriam ser tratados com esse descaso.
Ficar longe, sem compromissos, tem vantagens e desvantagens, como tudo na vida. O que acontece na França, no que diz respeito à política, educação, saúde e economia, não nos incomoda porque estamos aqui por pouco tempo e não somos cidadãos franceses. Apenas desfrutamos daquilo de melhor que o país nos oferece, torcendo para que os Holland da vida saibam preservá-lo, para que possamos fazê-lo por muitos anos mais. Do Brasil, as mazelas só nos chegam quando nos dispomos a ler O Globo ou A Voz da Serra. Ou seja, vida de alienado mesmo. As desvantagens se incluem mais no plano familiar e do contato com os amigos, pois mesmo com as maravilhas da internet, vide Skype, nada substitui o contato pessoal do dia a dia ou do estar próximo. Sem falar que por melhor que seja o local em que se mora, nada substitui a nossa casa.
Com relação a gastos esse tipo de viagem fica mais em conta em função de três coisas que são vitais: Moradia: um aluguel fica muito mais barato que hotel. No meu caso gastamos cerca de 20 euros por dia, ou seja, nem um pulgueiro por mais barato que seja custaria o equivalente. Alimentação: fazer compras em supermercados e cozinhar e comer em casa faz com que se economize bastante nesse item. Além do mais, a ida ao mercado nos dá uma noção mais exata dos hábitos e costumes do país. Transporte: mesmo que o preço do combustível seja mais caro aqui, o uso disseminado do diesel torna o carro mais econômico (meu Peugeot 208 chega a fazer 800 km por tanque) e uma viagem tipo Rio-São Paulo leva no máximo três horas e meia.
Para encerrar, foi uma viagem e tanto, do tipo vale a pena fazer outra e que recomendo a quem tem disponibilidade e vontade de viajar. Um agradecimento especial a Dominique e Nicole, que nos alugaram o estúdio e que se tornaram nossos amigos. E a minha esposa, companheira inseparável desses mais de 20 anos de estrada em todos os sentidos, que sempre contribuiu para que meus sonhos se tornassem realidade.
Um feliz Natal e um ótimo 2014 aos meus colegas de jornal, aos meus leitores e amigos.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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