Ainda sobre a greve dos correios

quarta-feira, 03 de outubro de 2012

No dia 28 recebi um email do Sr. Jozielton Gripp Pacheco, delegado sindical do Sindicato dos Empregados dos Correios e Telégrafos, a respeito da coluna publicada por mim, sobre a greve dos correios que, segundo a imprensa, terminou nessa sexta feira. Nesse email ele me critica pelas colocações feitas, entre as quais está o serviço prestado à população, por aquela instituição que já foi considerada a melhor prestadora de serviços entre as empresas públicas de direito privado, do estado brasileiro. (“Parece que tal empresa é uma entidade administrativa de natureza híbrida, ou seja, a sua forma pode ser assemelhada à privada, uma vez que atua no espaço empresarial destinado preferencialmente à iniciativa privada, mas sua substância é pública na medida em que instituída pelo Estado.”) Nesse email ele me diz que: ”Aqui em Nova Friburgo, nós, trabalhadores dos Correios, decidimos aderir a esta greve no seu início, 00h do dia 18/09, pois já haviam se esgotado todas as tentativas de diálogo com a empresa. Desde 2004, estamos alertando a empresa, a população e os meios de comunicação sobre o fato da falta de funcionários aqui em nossa cidade. Em agosto, fizemos uma reunião com a direção da empresa alertando para o fato do caos da falta de funcionários se tornar colapso em Nova Friburgo-RJ, já que não houve contratação de pessoal para nossa cidade e a carência chega ao número de 18 carteiros, fora os atendentes e o pessoal administrativo”. E ele prossegue: ”Após paralisação parcial das atividades por 3 (três) dias, com a finalidade de chamar a atenção da população e da empresa para o que acontece nos Correios, principalmente aqui em nossa cidade, decidimos retomar nossas atividades na última segunda-feira (24/09) em respeito à população friburguense, pois temos comprometimento com a excelência dos nossos serviços, diferentemente da administração dos Correios, que não nos dá condições para exercer nossas funções”.
Além de enviar-lhe um email em que me desculpava por algumas colocações feitas, gostaria de esclarecer que em nenhum momento minha intenção foi de criticar a categoria, principalmente a dos carteiros, ainda mais por terem entrado em greve. Na realidade, a minha intenção era trazer para reflexão o desserviço prestado por dirigentes de algumas empresas públicas, cuja indicação é única e exclusivamente política, sem o menor embasamento técnico. Aliás, essa prática vem dos governos militares, onde bastava ser das forças armadas para ser um bom dirigente. Haja visto os presidentes da Petrobras daquela época, todos generais e almirantes, mas sem nenhum conhecimento técnico da exploração e produção do chamado “ouro negro”. Por falar nisso, o mensalão tem um pé na EBCT e nada a ver com o funcionário comum da empresa, na realidade aquele que é responsabilizado pelo mau serviço prestado, embora sem poder decisório.
Aliás, Josielton acha importante o envio de mensagens para Brasília cobrando melhoria no serviço da empresa e solicitando a mudança total na atual gestão dos correios. Isso pode ser feito enviando emails para: imprensasg@planalto.gov.br (Secretaria-Geral da Presidência da República) ou imprensaccivil@presidencia.gov.br (Casa Civil). Ele tem a certeza de que os funcionários dos correios vão ficar muito gratos.
Para que uma empresa cumpra bem sua missão, não bastam apenas funcionários interessados em levar a bom termo sua missão, é preciso também que os diretores saibam encontrar os caminhos para que isso seja possível. No entanto, o mais importante é vestir a camisa da instituição e não encará-la como um bico ou um trampolim para algo melhor. Aliás, essa é a diferença entre diretores formados na própria empresa para aqueles que são fruto da indicação política.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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