Adinf, Doce Vida

quarta-feira, 01 de julho de 2015

A Associação dos Diabéticos de Nova Friburgo (Adinf) vai iniciar, a partir de agosto, o projeto “Adinf - Doce Vida”, voltado para o acompanhamento do diabetes tipo 1, uma modalidade mais agressiva da doença e que exige o uso diário da insulina para o seu bom controle. Em sua grande maioria, ele aparece na infância ou adolescência, mas pode também acometer pessoas com mais de 21 anos. O objetivo é o atendimento desses pacientes, desde que já tenham a doença diagnosticada previamente.
Seguindo o protocolo de todas as sociedades de diabetes existentes no mundo, que orientam as diversas associações de diabéticos a desenvolver esse tipo de conduta, trata-se de um programa multidisciplinar de abordagem, uma vez que para o bom controle da doença, vários profissionais da área da saúde são chamados a intervir.
O objetivo principal do projeto é a educação do paciente e de seus familiares, visando a conhecer a doença, com o intuito de esclarecer dúvidas e ajudar no tratamento criando as condições para que as complicações tão temidas, a longo prazo, sejam minimizadas e que o diabetes seja apenas um detalhe na vida dessas pessoas. A equipe que desenvolverá o projeto é formada por médicos endocrinologistas, farmacêuticos, nutricionistas, assistente social, dentista e psicólogos, todos voluntários, que atenderão de forma a possibilitar o acompanhamento multidisciplinar do diabético.

Para participar do programa é importante que os pacientes ou seus familiares sejam sócios da Adinf, já que o poder público não terá nenhum tipo de participação, pelo menos por enquanto. Apesar do trabalho da equipe ser beneficente, existem custos inerentes ao programa que precisam ser cobertos. Para maiores informações basta entrar em contato com a Flavia, secretária da Adinf, na Rua Maximiliano Falck, 380-b, Bairro Ypu, ou pelo telefone 2527-6313. 

De acordo com a endocrinologista Rafaela Siqueira, no fluxograma estabelecido pela equipe, os pacientes ao chegarem serão encaminhados para uma sala de triagem onde assistirão a vídeos, palestras e receberão informações ministradas por profissionais da área, com o objetivo de adquirir conhecimentos sobre a doença e esclarecer dúvidas.

Em seguida serão examinados pelo endocrinologista, que fará o atendimento de rotina e os encaminhará para a nutricionista, onde receberão orientação alimentar com ênfase numa dieta menos restritiva e mais individualizada. Apesar de já terem o diagnóstico firmado de diabetes e já estarem em uso de medicação, terão uma orientação do farmacêutico, com vistas à monitorização da glicemia capilar (de ponta de dedo) e como preparar e aplicar os vários tipos de insulina existentes no mercado.

A saúde bucal é também muito importante no acompanhamento do diabético, assim como seu  equilíbrio psicológico, pois esse repercute no controle adequado da doença. Daí estar reservado, na primeira consulta, uma avaliação odontológica que determinará a necessidade ou não de tratamento, assim como uma entrevista com o psicólogo, essa acompanhada dos familiares. Isso se faz necessário, pois muitas vezes, no início do tratamento, os pais ou responsáveis estão muito mais abalados do que o próprio paciente.

As visitas subsequentes serão marcadas de acordo com as necessidades de cada paciente, e por se tratar de uma doença crônica, a informação é a alma do tratamento. Assim, paralelamente ao atendimento médico, o contato direto com uma equipe multidisciplinar vai manter o diabético informado e o orientará a pesquisar e estudar o tema diabetes, para que as consultas passem a ser dinâmicas, com uma interação constante entra o paciente e a equipe.  

Outra preocupação da Adinf é que, apesar de sabermos que na população diabética em geral, 5 a 10 por cento o são do tipo 1, e de que a incidência no Brasil é de cerca de 7 pacientes para cada 100 mil habitantes, Nova Friburgo não tem dados estatísticos confiáveis sobre quantas crianças, jovens ou adultos jovens são portadores de diabetes tipo 1. O conhecimento dessa incidência é importante para que a Fundação Municipal de Saúde tenha sempre insulinas, lancetas e fitas para medição da glicemia capilar em quantidade suficiente para atender a todos.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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