A matriarca festeja seus noventa anos

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Mais um feriado se aproxima. Aliás, o mês de abril foi muito generoso, pois tivemos Sexta-Feira Santa, Tiradentes e o Dia da Benedita (São Jorge). Portanto, mais um menos um não vai fazer diferença num país de economia sólida, com empresas financeiramente resolvidas e inflação domada, mesmo à custa de uma maquiagem financeira, pequeno malfeito entre tantos, mas suficiente para enganar os mais ingênuos.

Vem aí o primeiro de maio, onde se comemora no Brasil o Dia do Trabalhador, ícone maior desse país e motivo pelo qual ainda temos uma esperança de que um dia será grande, de primeiro mundo. Fosse ele mais qualificado, com uma educação cultural mais refinada, politicamente ligado, não tenho dúvida nenhuma que teríamos políticos mais sérios e que estaríamos entre os sete maiores países mais desenvolvidos do mundo. A capacidade de resolução e de adaptação do trabalhador brasileiro é inigualável. 

 No entanto, o motivo maior desse artigo é o de registrar o aniversário de minha mãe, que já nasceu dando trabalho à parteira e sua equipe, na Belo Horizonte de 1924. Na quinta-feira, Dia do Trabalhador, ela vai completar noventa anos, ainda em forma se respeitados os limites impostos por tal longevidade. O grande risco é exatamente esse, uma vez que muitos idosos não se dão conta de que, apesar de levarem uma vida saudável, sem muitos sobressaltos, a força, a agilidade, a visão, a audição e, principalmente, o equilíbrio já não são mais os mesmos. Mesmo a saúde necessita de cuidados mais intensos, pois como toda e qualquer máquina, o corpo humano precisa de revisões periódicas, com intervalos mais curtos entre elas após os sessenta anos.

Dona de uma personalidade forte, criou e encaminhou na vida minha irmã e eu, dotando-nos de princípios morais e éticos que herdou de seus pais, genuínos representantes da tradicional família mineira. Junto com meu pai formou uma família sólida, baseada no amor, confiança e respeito mútuo que perduram até hoje. Quis o destino que enviuvasse cedo, pois meu pai teve um enfarte fulminante aos 46 anos. Mas apesar do choque causado pela separação forçada, seguiu em frente e conseguiu formar seus dois filhos, um médico e uma economista. 

Não adepta de festas de aniversário após os sessenta (segundo ela, essa idade não se comemora, lamenta-se), optou por reunir a família num hotel-fazenda e será lá, cercada pelos filhos, nora, genro, netos e bisnetos que vai comemorar essa data tão marcante. 

Festejar mais um aniversário de minha mãe é muito bom, e como isso é motivo de felicidade para nós, desejo também a todos os pais, avós e bisavós que aniversariam nessa data muitas felicidades e que possam comemorar junto aos seus muitas outras primaveras. 


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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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